Em Israel
Após visitar
diversos países, um turista brasileiro chegou a Israel. Não dispondo de muito
dinheiro e também resolvido a não pagar uma moeda a mais pelo que tivesse de
comprar ou utilizar, discutiu preços no hotel, nas lojas, restaurantes e até
com motoristas de praça.
Mas, acabou
chegando à conclusão de que os preços das utilidades eram os mesmos em toda
parte. Ao primeiro negociante judeu disposto a ouvi-lo ele manifestou a sua
admiração, declarando que ouvira em seu país tanta coisa sobre o desejo dos
comerciantes judeus de tirar até a
camisa do último cristão, que se prevenira ao chegar ali a Israel.
- No começo –
esclareceu o outro – aqui realmente existiam uns judeus assim, mas foram
embora.
- Para onde
eles foram? – indagou o brasileiro.
O homem não
se lembrava, mas perguntou à filha, uma bonita morena de olhos negros que o
ajudava no balcão.
- Raquel,
minha filha, sabe para onde foram Jacó, David, Levi, Salomão...
- Sei, pai –
respondeu a moça – foram para Ilhéus, Itabuna, Coaraci...
(O SORRISO DO CACAU)
Nelson Gallo
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"Nélson Gallo, escritor baiano que, a cerca de três anos lançou
âncoras em Ilhéus, onde consegue equilibrar-se entre a publicação de um livro e
outro, e o emprego que exerce na administração do aeroporto, apaixonou-se pelo
humor regional. Com base nesse entusiasmo, lançou-se à tarefa de reunir em
livro, uma coletânea de casos, fatos e anedotas da zona do cacau. Gastou quase
um ano nesse trabalho, mas seu esforço não foi em vão: Jorge Amado, que leu o
livro e o prefacia, considera-o excelente em seu gênero.
Não nos cabe dizer se existe
ou não um “humor Grapiúna”. A conclusão ficará com o leitor, depois de
ler estas anedotas. De qualquer forma, é fácil de notar o empenho de Nelson
Gallo no sentido de “localizar” um humor regional que traduza o espírito de
nossa gente tão simples e apta às criações súbitas, tão ardente e apaixonada,
tão rica de contraste e de humanidade.
Numa zona
ainda em transição, que não chegou a sedimentar-se, esse esforço assume uma
importância maior. Na verdade, não é fácil reunir dezenas de piadas numa região
que apenas amanhece para o Brasil, sem ferir o amor próprio e a sensibilidade
de nossa gente. Nelson Gallo foi ainda mais além: conseguiu selecionar casos,
fatos e anedotas de que não está ausente certa dimensão universal.
Ao mesmo
tempo em que, em nome de Nelson Gallo, agradecemos a todas as pessoas que com
ele colaboraram para a execução deste trabalho, fornecendo-lhe elementos e
abrindo-lhe as fontes do humor regional,
formulamos idêntico agradecimento ao Dr. Adélcio Benício dos Santos, grande
amigo da cultura, que nos permitiu a realização de mais este empreendimento
editorial. A ele, os sinceros agradecimentos.
EDITORES"
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