Lembranças de criança
Ah, quanto eu queria, encontrar-te um dia,
No encanto, no brilho da estrela fulgente
Na força do vento, nos versos das luas,
No cheiro da relva com o cheiro da gente.
Vencer o vazio, quebrando o silêncio,
Do tempo que passa como atroz algoz
Ficar no passado? que triste destino,
Memórias não calam e falam de nós.
Ao som eloquente dos versos que outrora
Eu disse a você, sem pejo, sem medo...
Crianças ingênuas... Paixão inocente,
Tecendo uma história, contando um enredo.
Correr como antes, crianças serenas
Um sonho impossível de pura euforia
Tal qual o fizemos – infância
saudosa,
Retornar no tempo, que lindo seria!
A bola, a boneca, menina e menino,
Ficou no passado, não volta jamais.
Correr, pega-pega, com tal alegria,
Estar com você, eu gostava demais.
Assim, de mãos dadas, ciranda a rodar,
O mundo era lindo, com tal colorido,
Seria melhor se eu tudo esquecesse
Do nosso futuro não tivesse sabido!
A distância separa, e se dói a saudade
Atada nos laços de um algo sublime.
“Vivência”
isso tudo, que nos tange a alma,
Nos torna passíveis do mais lindo crime.
Amar sem fronteiras, crianças ou não,
O encanto não cessa... Nos traz prisioneiros.
Você não entende? Então não sentiu,
O encanto que mora nesse amor primeiro.
Mirian Warttusch
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário