Senhor Michel Temer,
O povo do Brasil foi às ruas exigir o impeachment da agora
Ex-Presidente Dilma Vana Rousseff, o que acabou ocorrendo em definitivo em
meados do ano de 2016, quando Vossa Excelência, na qualidade de Vice-Presidente
eleito, assumiu o mais relevante cargo público da pátria brasileira.
É importante salientar que Vossa Excelência não foi alçado
da Vice-Presidência à Presidência pela vontade da maioria dos brasileiros que
foram às ruas, mas pelo simples fato de ter sido eleito como Vice-Presidente na
chapa da Ex-Presidente Rousseff, e, em tal condição, apto a assumir a cadeira
presidencial, apesar da eleição só ter ocorrido em razão da divulgação de
propostas inexequíveis e pela maquiagem de dados relativos ao primeiro mandato
da presidente cassada Dilma Rousseff.
Já era de se esperar, portanto, que Vossa Excelência, ao
assumir o comando do Palácio do Planalto, não fizesse drásticas modificações na
condução do Brasil, já que foi eleito pela mesma chapa e, portanto, com as
mesmas falsas promessas da ex-mandatária Dilma Rousseff.
Ainda assim, V.Excia., em primeiro lugar como brasileiro; em
segundo, como agente público que é, e em terceiro lugar, como reconhecido
jurista constitucionalista que é, esperávamos que seu governo fosse pautado
pela ética e pelo respeito às leis e à moral, ainda que preservasse grande
parte da incompetência e da inabilidade que foram marcas registradas do
desastroso governo Dilma.
Não é, todavia, o que os brasileiros estão vendo ocorrer. O
que se tem visto, muito pelo contrário, é que Vossa Excelência tem governado da
mesma forma que seus dois antecessores (a impedida Dilma Rousseff e o réu Luiz
Inácio Lula da Silva).
Para ilustrar, mencionaremos a seguir alguns exemplos que
nos saltam aos olhos e que demonstram a forma torta como vem conduzindo a
pátria.
Vossa Excelência resolveu conferir status de Ministro a Moreira
Franco, delatado por comparsas por irregularidades e ilicitudes, concedendo a
ele um dos mais horrendos privilégios da nefasta classe política brasileira – o
“foro privilegiado” - colocando-o fora do alcance das canetas dos juízes
criminais que vêm limpando o Brasil nos últimos anos.
Nada diferente do que fez
Dilma Rousseff, ao proteger Lula do juiz Sérgio Moro ao conferir-lhe o título
de Ministro da Casa Civil.
Conferir proteção a acusados de corrupção não é o que
exatamente espera-se de um Presidente que tem nas mãos um país que se encontra
em verdadeiro caos econômico, político e social. Essa forma de agir difere
completamente do slogan “ordem e progresso”.
Vossa Excelência decidiu nomear o até então Ministro da
Justiça, Alexandre Moraes, para ocupar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal
Federal, mesmo sabendo que o mesmo foi advogado do Ex-Deputado e agora
presidiário Eduardo Cunha, envolvido até o pescoço na Operação Lava Jato, e
conhecedor da filiação do mesmo ao PSDB. Nada diferente tal atitude do que fez
Lula ao nomear Dias Toffoli (que foi advogado do PT) para o cargo de Ministro
do STF, contribuindo para a partidarização e afetação do mais relevante
tribunal brasileiro.
Nomeação ao STF de membros de partidos políticos e de
ex-advogados de acusados em sistemas de corrupção não é exatamente o que se
espera de um Presidente da República que tenha a boa moral como principal
virtude, especialmente se considerarmos que o indicado ao STF terá o importante
papel de revisor nos processos da Operação Lava Jato, tão cara aos cidadãos
brasileiros.
Vossa Excelência e seu partido, o PMDB, adotam o
fisiologismo e a negociata como práticas permanentes de governo. A aparente
oposição instalada no Brasil após a Constituição de 1988 (PT x PSDB) é, nas
mãos do PMDB, apenas um instrumento de alternância do principal grupo saqueador
de dinheiro público. Tanto é assim que o PMDB, desde 1988, vem governando o
Brasil, ora como ator principal, ora como vice-artífice do mal que os políticos
brasileiros vêm causando a toda nação.
A intenção de indicar o Senador Renan Calheiros, envolvido
em dezenas de denúncias de corrupção, para o cargo do Ministro da Justiça,
durante o feriado de carnaval, época em que o brasileiro sabidamente
encontra-se em recesso (e tentando evitar protestos), sem dúvida, seria a
última gota que faltaria para o fim de seu governo, pois o carnaval, assim como
o seu governo, chegariam logo ao seu final e, neste último caso, de forma
melancólica.
Vossa Excelência deve receber esta carta como um derradeiro
aviso. Da mesma forma que Dilma Rousseff foi impedida, Vossa Excelência poderá
sofrer as severas penas de um processo de impedimento, com vários exponenciais
agravantes, a seguir listados:
a) Vossa Excelência e seu partido fisiologista, o PMDB, não
dispõem de qualquer militância representativa, seja ela partidária, seja ela de
movimentos sociais e, ainda que resolvessem remunerar supostos militantes com
“pão e mortadela”, seu partido não disporiam sequer de experiência para tal
organização, o que levaria seu governo ao chão em poucas semanas;
b) a população brasileira está extrema e exaustivamente
aborrecida com o caos no qual seu governo e o governo anterior, do qual Vossa
Excelência foi sócio, colocaram o país, de forma que protestos contra o seu
governo poderão ser desencadeados com o mais leve estalar de dedos, tal como
ocorreu em 2013, supostamente por aumentos dos preços de passagens de ônibus,
pois certamente a população brasileira dirá: “não é pelos vinte centavos”;
c) Vossa Excelência e seu governo não poderão fazer uso da
brutal divisão entre brasileiros (“nós e eles”) orquestrada pelo Ex-Presidente
Lula, de forma que as partes “nós e eles” estarão cada vez mais unidas contra
seu governo caso as mais básicas reivindicações do povo brasileiro não sejam
atendidas.
Por todo o exposto, seguem três primeiras básicas
reivindicações que devem ser atendidas de imediato, sob pena de, diante de
eventual não atendimento, serem reiniciadas as manifestações populares que em
2013 fizeram o governo petista tremer:
a) Encaminhamento ao Poder Legislativo de projeto de
EXTINÇÃO do foro privilegiado;
b) Revogação da nomeação de Moreira Franco;
c) Nomeação de jurista de reputação ilibada e de alto
conhecimento técnico, sem qualquer vinculação política ou partidária, para
ocupação do cargo de Ministro da Justiça.
Não aceitaremos juristas inimigos da
Lava Jato, como o Dr. Antonio Mariz de Oliveira, que inclusive já assinou
manifesto contra a operação Lava Jato.
Por fim, advertimos Vossa Excelência que o não atendimento a
estas reivindicações até o dia 31 de março de 2017 iniciará o maior ciclo de
manifestações “espontâneas” da história do Brasil, com a paralisação de ruas,
avenidas, rodovias, instituições privadas e públicas, escolas, comprometendo a
distribuição de combustíveis e materiais básicos.
Como forma de comprovar nossa alta capacidade de articulação
e penetração em toda a população brasileira, esta carta circulará frenética e
constantemente nos grupos de mensagens e redes sociais, como Whatsapp,
Telegram, Facebook e Twitter nos próximos dias, o que poderá ser detectado
pelos sistemas de inteligência que estão à disposição do Governo Federal.
Não recomendamos “procurar” “representantes” para
negociação, pois no atual momento o “povo brasileiro” não reconhece qualquer
pessoa, grupo ou movimento como seu legítimo representante. Tampouco os que
recentemente tiraram fotos com Vossa Excelência.
Presidente Michel Temer: não “compre briga” com o povo
brasileiro, pois todo o poder emana do povo, e por meio dele será exercido.
Sem mais,
Povo Brasileiro"
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