Bem-te-vi! Bem-te-vi!
Todas as manhãs acordo com a
insistência desse passarinho afirmando que me viu.
Quando, onde e como você me viu, passarinho?
A janela do meu quarto, além de persiana tem
cortina. O meu apartamento é de fundo e fica no primeiro andar. Então quando
você me diz que me viu, penso que talvez você tenha pirado. E chego a ficar
irritada porque gostaria que fosse verdade. Que pelo menos, eu pudesse vê-lo.
Mas tudo bem, passarinho. É bom acordar com sua fala, é gostoso fazer de conta
que você me viu e que eu o vejo.
O mais positivo nisto, é que você me lembra
que eu estou viva. Que o dia amanheceu. Que cada dia é um recomeçar. Então
quando você me diz que me viu bem, eu acordo feliz. Dou graças a Deus por estar
viva, por ouvir o seu canto.
Imediatamente pulo da cama e vou para a praia para
melhor curtir a vida. Ohar o céu se encontrando com o mar, lembrando o
infinito. O sol derramando os seus primeiros raios sobre as águas do mar, sobre
a areia que às vezes se torna cristalina. Algumas pessoas, que também querem
aproveitar o espetáculo oferecido pelo Pai, também já estão lá; andando,
fazendo ginástica ou mergulhando nas ondas do mar. Será que também foram
despertadas por você, meu bem-te-vi?
Obrigada meu bem-te-vi, você
cumpriu sua missão. Sua voz é a manifestação do amor de Deus. Você não se
incomodou que eu o visse ou se a sua voz iria ou não ser ouvida.
E você continuou insistindo: bem-te-vi,
bem-te-vi.
Obrigada meu bem-te-vi, você não
me viu, mas Deus vê, em qualquer circunstância. Ao ouvir o seu canto, lembro-me
de Deus que está sempre a escutar-me. O importante é descobri-lo nos pequenos
acontecimentos como num canto de pássaro.
(CARROSSEL)
Marília Benício dos Santos
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