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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

BEM-TE-VI! BEM-TE-VI! – Marília Benício dos Santos

Bem-te-vi! Bem-te-vi! 


Todas as manhãs acordo com a insistência desse passarinho afirmando que me viu.

Quando, onde e como você me viu, passarinho?

A janela do meu quarto, além de persiana tem cortina. O meu apartamento é de fundo e fica no primeiro andar. Então quando você me diz que me viu, penso que talvez você tenha pirado. E chego a ficar irritada porque gostaria que fosse verdade. Que pelo menos, eu pudesse vê-lo. Mas tudo bem, passarinho. É bom acordar com sua fala, é gostoso fazer de conta que você me viu e que eu o vejo.

 O mais positivo nisto, é que você me lembra que eu estou viva. Que o dia amanheceu. Que cada dia é um recomeçar. Então quando você me diz que me viu bem, eu acordo feliz. Dou graças a Deus por estar viva, por ouvir o seu canto.
Imediatamente pulo da cama e vou para a praia para melhor curtir a vida. Ohar o céu se encontrando com o mar, lembrando o infinito. O sol derramando os seus primeiros raios sobre as águas do mar, sobre a areia que às vezes se torna cristalina. Algumas pessoas, que também querem aproveitar o espetáculo oferecido pelo Pai, também já estão lá; andando, fazendo ginástica ou mergulhando nas ondas do mar. Será que também foram despertadas por você, meu bem-te-vi?

Obrigada meu bem-te-vi, você cumpriu sua missão. Sua voz é a manifestação do amor de Deus. Você não se incomodou que eu o visse ou se a sua voz iria ou não ser ouvida.

 E você continuou insistindo: bem-te-vi, bem-te-vi.

Obrigada meu bem-te-vi, você não me viu, mas Deus vê, em qualquer circunstância. Ao ouvir o seu canto, lembro-me de Deus que está sempre a escutar-me. O importante é descobri-lo nos pequenos acontecimentos como num canto de pássaro.


(CARROSSEL)

Marília Benício dos Santos

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