Querido Papai Noel!
Todos dizem e repetem, continuadamente, que quando
envelhecemos voltamos a ser crianças. Embora isso pareça uma coisa estranha e
nem sempre verdadeira, pois conheço milhares de velhinhos espertíssimos, com
suas mentes completamente ajuizadas e, sem exageros, cada vez mais adultos em
seus comportamentos!
Partindo desse princípio, comecei a fazer muitas observações
e pesquisas, chegando a conclusão que, para serem paparicados, dengados,
acariciados e, verdadeiramente, sejam feitas as suas vontades, usam dessa
estratégia pseudoinfantil, conseguindo, facilmente, alcançar seus intentos. Eu,
particularmente, não tenho netos, mas, já ouvi milhares de vezes pessoas
dizerem: “Vovô, ou papai, está parecendo um menino, com suas vontades, pedidos e teimosias!” E, generosamente, realizam suas caprichos nos
mínimos detalhes!
Porém, conversando com os velhinhos, pois no meio deles sou
visto apenas como mais um, eles foram me confiando essa estratégia usada para
se dar bem na terceira idade e poder, fazer tudo que desejam sem que haja
reclamações, proibições nos seus cabíveis ou descabidos intentos. Depois de
suas vitórias caseiras, ficam as gargalhadas se vangloriando das suas
sabedorias sapecas, nos grupos de cabeças brancas ou carecas!
E foi aí que consegui oficializar essa minha pesquisa que,
verdadeiramente, os velhinhos vovôs não tem nada de crianças, apenas,
sabidamente, usam dessas atitudes que não são prejudiciais, sendo de uma grande
compensação para eles que são beneficiados, e para seus descendentes que se sentem
bastante felizes, causando a felicidade daqueles que, no passado, fizeram todas
as suas vontades!
Assim sendo meu querido Papai Noel, vou lhe fazer um grande
pedido para que esse segredo fique apenas entre nós, procure conservá-lo e, com
carinho e sua afetividade peculiar, traga em seu trenó todos os presentes que
os vovôs pediram, por mais estranhos que possam parecer!
Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL
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