Aviões da FAB deixam a Colômbia com os corpos das vítimas
rumo a Chapecó
Felipe Pereira
Do UOL, em Medellín (COL)
02/12/2016
Os três aviões Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB), responsáveis pelo traslado da maioria das vítimas do acidente aéreo da Colômbia até Chapecó, decolaram da base aérea de Rio Negro, na região metropolitana de Medellín, no fim da tarde (início da noite no horário de Brasília) desta sexta-feira (2).
Após parada de cerca de uma hora em Manaus para
reabastecimento, as aeronaves da FAB têm previsão de chegada a Chapecó
para as 8h da manhã de sábado (3), para depois seguirem até seus destinos
finais. Parte das vítimas será velada na Arena Condá, estádio da
Chapecoense.
Após cortejo
de pouco mais de duas horas pelas ruas de Medellín, os 50 corpos
chegaram à base aérea de Rio Negro no meio da tarde desta sexta. Os
caixões foram reunidos em fileiras e acompanhados por militares em traje de
gala para serem colocados nos aviões. Antes do embarque dos caixões, houve um
minuto de silêncio e uma breve cerimônia religiosa. Eles entraram nos aviões da
FAB sob marcha fúnebre.
"Fizemos uma cerimônia simples com honras militares
para que deixem o solo colombiano como heróis", afirmou o chefe da
operação, o tenente-coronel Jonh Trujillo.
Responsável brasileiro pela condução do processo de
liberação dos corpos em Medellín, o embaixador do Brasil na Colômbia, Júlio
Bitelli, falou sobre a carga emocional de trabalho nos últimos dias e destacou
as mostras de solidariedade do povo colombiano.
"Foram dias de trabalho muito intenso, doído, mas ao
final desta tragédia terrível, fica uma mensagem muito bonita de solidariedade
entre os povos. Desde aquela homenagem maravilhosa no estádio, até iniciativas
individuais", afirmou Bitelli.
O voo que transportava a delegação da Chapecoense para a
final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, em Medellín, caiu na
madrugada da última terça (29), matando 71 pessoas entre atletas, membros da
comissão técnica, dirigentes e jornalistas brasileiros, além de sete
tripulantes venezuelanos e bolivianos.
Parte dos jornalistas brasileiros, ligados
à Globo e Fox Sports, tiveram seus caixões transportados
por voos fretados pelas empresas. As vítimas venezuelanas e bolivianas também
já havia deixado Medellín.
A principal suspeita do motivo do acidente é que a aeronave,
operada pela Lamia, companhia boliviana que costumava transportar equipes
e seleções sul-americanas em voos fretados, tenha sofrido uma pane seca – isto
é, falta de combustível. As duas caixas pretas do avião foram encontradas e
estão sendo submetidas à perícia das autoridades responsáveis.
Felipe Pereira/UOL
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