Antônio Baracho*
Fui assistir a semifinal do jogo BRASIL X ALEMANHA com um
forte pressentimento. Na véspera a minha vizinha convidou-me para comemorarmos
o seu aniversário, na referida data, junto às amigas. O pior é que segundo a
aniversariante, o Brasil, repetidamente em outras ocasiões, jogando na mesma
data, tinha obtido resultado adverso. Não deu outra. No entanto são
coincidências que fazem parte do cotidiano.
O que aconteceu dentro do campo tem relação com o que acontece fora. Ouvi muita gente dizer que não confiava no futebol brasileiro e que precisávamos de mais educação, saúde, segurança etc. A nossa psicosfera gerava um clima de dúvida e desesperança antes da copa do mundo. O Brasil precisava de um choque de realidade, por mais cruel que fosse. Diz Tostão, craque do time tricampeão em 1970 e hoje lúcido crítico. "É um sistema viciado, incompetente e promíscuo, baseado numa estrutura política de troca de favores que começa desde as categorias de base. A derrota só reflete isso".
Mas, para amenizar o texto transcreverei o ensaio poético que fiz durante uma partida de futebol, no mês de abril de 1978. Época que eu tinha mais prazer de ir aos estádios com os meus amigos e o Esporte Clube Vitória sagrou-se campeão.
VIM, VI E VENCI
Rola a bola no gramado
De que o vermelho e preto
É a cor da guerra e a cor da morte.
Num confronto torcida x torcida.
Vejo nesses comportamentos os anseios,
De repente o silêncio total:
De cara
com o goleiro é goooooolllllll......
VIM, VI E VENCI!
*Antônio Baracho, membro da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL), ocupante da cadeira nº 11. Email: antoniobaracho@hotmail.com.
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