25 de outubro de 2020
Um oftalmologista argentino recebeu um casal de pacientes que compareceu com sua filhinha para consultas. Assim que chegaram a menina de três anos deitou-se no sofá e começou a brincar com o smartphone numa distância de apenas 10 centímetros dos olhos durante quase uma hora.
O oftalmologista percebeu que o caso não era apenas de
óculos, mas que a criança estava se transformando num zumbi digital com vários
de problemas de saúde e comportamento, segundo descreveu em seu site Cuida
tu vista. (https://cuidatuvista.com/ninos-moviles-tablets-problemas-usar-mal/).
Para os pais o smartphone parecia uma solução porque a
criança não dava trabalho e eles podiam se dedicar a outras coisas. O
oftalmologista comentou para si: eles não percebem o imenso dano que estão provocando.
Na consulta, explicou cuidadosamente aos pais da importância
de fazer a menina a passar o menor tempo possível com os dispositivos digitais.
É o que recomendam os profissionais sanitários de referência no caso das
crianças, como pediatras, optometristas etc.
Os pais devem se informar dos graves problemas que provocam nas crianças o mau uso das novas tecnologias, que podem produzir zumbis digitais. A expressão é dura, mas é da Associação Americana de Pediatria e outras academias correspondentes como a canadense e a japonesa. Veja mais em Digital Zombie: https://en.wikipedia.org/wiki/Digital_Zombie
Os períodos de uso de dispositivos móveis segundo as
idades de acordo com a Associação Americana de Pediatria são:
Bebês e crianças de 0 a 2 anos: “0” minutos por dia.
Seu cérebro não está preparado para esse tipo de estímulos que podem lhes
causar muitos problemas no futuro.
Entre 3 a 5 anos: 1 hora/dia, no máximo.
Entre 6 a 18 anos: 2 horas-dia, no máximo.
1. Desenvolvimento cerebral inadequado e transtornos mentais
Inclui alterações no crescimento do cérebro, problemas de
aprendizagem, falta ou déficit de atenção, impulsividade e acessos de raiva
frequentes. Também o aparecimento de doenças mentais como depressão, ansiedade
infantil, psicose e outros transtornos.
2. Atraso no desenvolvimento infantil
Inclui dificuldades para adquirir boas habilidades físicas,
que influenciarão muito o desempenho escolar, esportes etc. Surgem muitos
problemas para ler porque têm dificuldade para mover os olhos corretamente.
3. Aumento no número de crianças míopes
4. Obesidade infantil
A obesidade e o sedentarismo são agravados pelos pais que
permitem uma alimentação com muitos doces e bolos industriais.
5. Distúrbios do sono
6. Agressão
As crianças imitam tudo, mesmo os jogos violentos aos quais
ficam expostas.
7. Comportamentos viciantes, como se isolarem da família e
dos amigos.
8. Superexposição à luz azul gerada pelas telas de LED.
A Organização Mundial de Saúde classifica os celulares como um risco à saúde devido à emissão de radiação. A superexposição à luz azul emitida por essas telas pode ter um efeito tóxico na retina. AOMS publicou em 2019 novas diretrizes para crianças menores de 5 anos, elaboradas por um comitê de especialistas. Cfr. “El Universo”.
(https://www.eluniverso.com/noticias/2020/03/27/nota/7797483/enfermedades-ninos-exceso-uso-celulares).
Entre essas diretrizes, recomenda que “os períodos
prolongados em que as crianças pequenas permanecem sujeitas ou em atividades
sedentárias em frente a uma tela devem ser substituídos por jogos mais ativos”.
Além desses danos, os especialistas registraram transtornos do sono; hiperestimulação sensorial que afeta o sistema neurológico; cãibras nos braços e nas mãos derivadas de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Lesões por Movimentos Repetitivos (LMR).
“As mãos são as mais afetadas, seguidas dos punhos,
cotovelos e ombros. As lesões, principalmente, são geradas nos tendões, o que
causa inflamação dos mesmos e influencia a sensibilidade”, disse Carlos
Lupotti, médico ortopedista especialista em cirurgia da mão e reconstrutiva do
membro superior e integrante da Clínica de Diagnóstico e Tratamento da Patologia
do Ombro, Cotovelo e Mão de Buenos Aires (CLIMBA).
Outro efeito danoso é isolar as crianças de seu entorno
social dificultando o relacionamento com outras crianças ou a adaptação a
ambientes diferentes. Acrescenta que a exposição às telas LED em uma idade
precoce pode causar problemas como miopia ou astigmatismo. Ademais, o uso
prolongado de celulares podem causar tumores cerebrais.
A American Cancer Society (ACS) manifesta em seu site a
preocupação de que “os telefones celulares podem aumentar o risco de
desenvolver tumores no cérebro ou na região da cabeça e pescoço”.
Em sentido positivo saudável incentive seus filhos a atividades ao ar livre. Evite televisão, celular ou tablet nas refeições.
A psicóloga Silvia Álava no livro “Queremos que eles
cresçam felizes” recomenda não permitir dispositivos eletrônicos
(celulares, tablets, computador ou vídeo game) no quarto. As crianças devem
sempre utilizá-los em espaços comuns, para que os pais possam ter um mínimo de
controle, evitar horários inadequados e impedir que os pequenos utilizem tais
aparelhos mais tempo do que o necessário.
O problema está muito mais nos pais do que nos filhos.
Aprenda a dizer não para eles e verão como tudo funcionará melhor. Não importa
se os pais têm estudos ou não, basta aplicar essas orientações.
Se ainda não vê claramente o problema, peça ajuda de um
psicólogo — conclui site Cuida tu vista. https://cuidatuvista.com/ninos-moviles-tablets-problemas-usar-mal/.
https://www.abim.inf.br/mau-uso-de-dispositivos-moveis-gera-criancas-zumbis/
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