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terça-feira, 4 de agosto de 2020

MORRE JORGE PORTUGAL – Ivandilson Miranda Silva

                Portugal, Poeta, Compositor, 

Professor, Mestre Senhor da Cultura: 

SALVE JORGE!


*Ivandilson Miranda Silva 

 

Recebemos a triste notícia (03/08/2020) da partida do mestre Jorge Portugal, um dos grandes da cultura e da educação na Bahia.

Portugal era uma dessas pessoas que transitava em diversos espaços e com sua fala envolvente e encantadora, criava empatia com segmentos variados da sociedade. Políticos de várias matrizes, artistas, intelectuais, povo das várias religiões, gente que faz “a alegria da cidade”, abraçava, cantava e aprendia com Portugal Jorge, “a dor da gente” hoje, não é a dor de “menino acanhado”, a nossa dor hoje, “castiga a massa dos homens [e mulheres - grifo meu] normais”, essa dor “salta aos olhos igual a um gemido calado”. Essa canção sua e de Sodré fez “a massa” cantar e se alegrar, hoje somos gratidão, silêncio.

Mesmo quando dos entreveros da vida, pois humanos erram, Portugal fala para o próprio Portugal: “Abra os olhos, e assuma os enganos, de quinhentos anos, cara pálida, abra os olhos, que a fome te assalta e a gente se mata pelos canos”. Estamos tentando Jorge, o problema é que muitos não querem acordar, pois “põe no dia-a-dia o esquecimento.”

Parece que ainda não entenderam a mensagem dita por você e Lazzo (a voz da Bahia), pois “no dia 14 de maio” (a falsa pós-abolição), “nenhuma lição, não havia lugar na escola, pensaram que poderiam me fazer perder, mas minha alma resiste, o meu corpo é de luta, eu sei o que é bom, e o que é bom também deve ser meu.”. “No dia 14 de maio eu saí por aí” e a resistência contra o racismo continua. 

Portugal e outro saudoso mestre Saul Barbosa, afirmam que “a cidade da Bahia, povoada de poesias, mira o mar, mira o mar”. É verdade, essa terra de senhores e senhoras da cultura reverencia sua obra, sua vida em registro poético/musical/existencial.

Mestre, assim como canta a MÃE SENHORA da música baiana (Maria Bethânia) numa linda composição sua e do seu irmão e mestre Roberto Mendes, “quanto mais a gente ensina, mais aprende o que ensinou”, isso foi o seu presente, o tempo todo, sem divisões e o seu céu hoje “é todo blue e o mundo é um grande gueto”, pois ainda há lutas por melhores dias, por um outro mundo possível.

Jorge Portugal, obrigado e “quem não deu, tem que dar amor”, ainda podemos vencer o ódio e sua poesia/música/aulas, nos mostrou a possibilidade de “caminhar, andar por música, por aí, por aí..."

Axé “Baianos Luz”. 

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Ivandilson Miranda Silva

* Um Servo do Saber em busca da Batida Perfeita

(Recebi via WhatsApp)


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