Conhecido de todos o adágio: “Um dia é da caça e outro é do
caçador!” Parece que é apenas uma conceituação boba, que raramente
acontece em certas ocasiões, mas, seguramente, acontece bastante e nós
desconhecemos, pois a mídia só se preocupa quando os bandidos, assassinos e
ladrões se dão bem e levam suas vítimas para os prejuízos e, algumas vezes, até
a morte!
O caso que vou me referir é de um bandido de péssimo
caráter, que, cinicamente, vivia atormentando as moças e senhoras, com a mão na
cintura por baixo da camisa, para demonstrar estar armado, exigia a bolsa e o
celular, tirava o que havia de dinheiro e, sem nenhuma vergonha, ou medo de ser
preso, saía com passadas largas se misturando na multidão!
Mas, como disse acima, sobre os dias da caça e do caçador,
Lena tinha acabado de sair da academia e, sem menos esperar, o cretino do
ladrão apareceu em sua frente, usando a mesma estratégia de sempre, imaginando
estar lidando com uma pobre coitada mocinha. Aí é que foi o seu engano, pois
Lena era, nada mais nada menos que faixa preta de Karatê segundo Dan e,
imediatamente soltou um ponta pé nos peito do bandido, deu-lhe uns dois fortes
socos na cara que o deixou estirado no chão, pisou no seu pescoço, torcendo o
seu braço, enquanto ele gritava por socorro e pedia perdão. Os transeuntes que
passavam, ficaram bastante espantados com as destrezas de Lena, que
imediatamente falou que aquele homem estava querendo lhe roubar!
Chamaram a polícia, que chegou alguns minutos depois e, sem
delongas, algemou o descarado, com um olho inchado da porrada que levou, além
do corpo dolorido pela queda de um balão dado pela eficiente lutadora de defesa
pessoal.
Assim sendo, tomara que essas lições cheguem aos ouvidos dos
bandidos, para que eles respeitem mais as mulheres, pois estas já estão se
preparando para situações de abordagens indesejáveis!
Tenho quase certeza que esse ladrão se regenerou, ou pelo
menos, passou a ser mais precavido. O fato é que, segundo o jargão popular
bastante repetido, “desta feita foi o dia da caça e não do caçador!”
Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras–AGRAL
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