Junho
Manhãs brumosas, pálidas de neve,
E de frio deixas pela aurora.
Cortina densa, que o sol mal se atreve,
A romper quando as nuvens vão embora.
De branca cabeleira, branca leve
Que o despontar do dia descolora
A garoa insistente a espaço breve,
Anda pela colina e vale a fora.
Na campina orvalhada, verdejante,
O lirismo é um ósculo ondejante,
No bucolismo louro das espigas...
Mês de junho, fogueiras, tradição.
Vinhos... flores... foguetes... São João!
No estrídulo das festas e cantigas.
(IMAGENS MUTILADAS - 1963)
Luiz Gonzaga Dias
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