Domingo último, o presidente da República foi ao
cemitério para o enterro da mãe de um ex-funcionário do seu gabinete de
deputado federal. Caminhou até a sepultura com o braço sobre os ombros do
filho órfão, entre as pessoas do cortejo.
Três dias antes, havia ido a uma favela construída sobre um antigo lixão,
a Cidade Estrutural, para retribuir a visita que recém lhe fizera, no
Palácio do Planalto, a menina usada para uma fakenews, em que
supostamente recusava o cumprimento do Presidente. Mais uma vez se expôs.
Essas últimas sortidas do presidente mostram que nem o cargo maior da
República nem a facada do ex-PSOL Adélio Bispo mudaram o seu modo de ser
Bolsonaro. Um risco para a segurança, tal como acontecia, durante a
campanha, e teve resultado dramático.
O sonho da oposição é que esse Bolsonaro mude, pois foi esse Bolsonaro
que derrotou todos os candidatos - ao contrário do que afirmavam
pesquisas. Derrotou as pesquisas e os que pensavam, com arrogância, que
poderiam conduzir a cabeça do eleitor. Com as redes sociais, o eleitor se
libertou.
Nesses quatro meses de governo, o que se tem visto e ouvido é que os
opositores parecem estar ainda em campanha, num terceiro turno, com sede
de vingança pela derrota nas urnas.
O estilo aprovado nas urnas virou governo do país, mas muita gente
gostaria que o setor público federal continuasse com os velhos vícios,
para manter as mamatas, os cargos, os benefícios, a pregação destrutiva
do país. Não aceitam a mudança e criam ficções, ainda na tentativa de
convencer a opinião pública e enfraquecer o governo. Uma parte mais
ingênua do governo é usada, ao dar respostas a provocações.
Um flanelinha num Centro Comercial de Brasília me abordou, outro dia,
dizendo que não havia votado em Bolsonaro, e que não gosta dele,
"mas agora que ele é presidente, não adianta mais chorar, porque
estamos todos no mesmo barco. Não dá prá deixar o navio afundar só porque
eu não gosto do capitão”.
Pragmatismo do cidadão flanelinha. Reforma da Previdência, reforma das
leis penais, liberdade econômica; corte de mordomias, benefícios, favores
e populismos; respeito à independência de poderes, aposta na
responsabilidade do Legislativo, enxugamento do estado. É o mínimo
necessário para o país se recuperar de anos de corrupção, desperdício e
negação da ideia de Ordem e Progresso.
Alexandre Garcia
Jornalista
Alexandre Eggers Garcia é um jornalista, apresentador
e colunista político brasileiro. Foi porta-voz do último presidente do
período do regime militar do Brasil, general João Batista
Figueiredo. Wikipédia
* * *
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário