A Academia Brasileira de Letras homenageia, com mesa-redonda
no Petit Trianon, os 120 anos de nascimento de seu ex-Presidente Austregésilo
de Athayde e os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O evento,
coordenado pelo Presidente da ABL, Marco Lucchesi, se realizará no dia 6 de
novembro, às 17h30, na Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro,
com as participações dos Acadêmicos Arnaldo Niskier, Marcos Vilaça e Cícero
Sandroni, além do dramaturgo Roberto Athayde, filho do homenageado. Entrada
franca.
Saiba mais
Athayde foi considerado, por seus companheiros da Comissão,
formada pela jornalista norte-americana Eleonor Roosevelt, do professor libanês
Charles Malek e do soviético Professor Pavlov, sob assistência do jurista e
filósofo francês René Cassin, como o mais ativo colaborador na redação do
histórico documento. Em 1968, por ocasião do 20º aniversário da Declaração, a
Academia Sueca conferiu o Prêmio Nobel da Paz a Cassin que, ao tomar
conhecimento da homenagem que lhe fora prestada, exatamente pelo papel desempenhado
na elaboração do Documento, convocou os jornalistas e lhes disse:
"Quero dividir a honra desse prêmio com o grande
pensador brasileiro Austregésilo de Athayde que, ao meu lado, durante três
meses, contribuiu para o êxito da obra que estávamos realizando por incumbência
da Organização das Nações Unidas."
Em 1978, no 30º aniversário do documento, o Presidente Jimmy
Carter, dos Estados Unidos, reconheceu, universalmente, através de carta
enviada a Austregésilo de Athayde, a "vital liderança" por ele
exercida na elaboração da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Desde os tempos de colaborador do jornal A Tribuna e
de tradutor na agência de notícias Associated Press, em 1918, até poucas
semanas antes de sua morte, Athayde colocou seus pensamentos e suas ideias no
papel, e poucas vezes deixou de publicar algum artigo nos jornais e revistas
brasileiros. Orgulhava-se de afirmar:
"Jamais escrevi um artigo que não expressasse a linha
de minhas convicções democráticas. Nunca elogiei partidos, homens ou
grupos". (...) "Sou incapaz de ser a favor de homens. Sou a favor de
ideias, de pontos de vista. O que almejo mesmo é o pensamento democrático, a
preservação de nossa unidade nacional e o bem do povo brasileiro."
Austregésilo de Athayde sempre relembrava com prazer e
vaidade os acontecimentos de sua vida, durante a qual recebeu cento e setenta
medalhas, placas e condecorações. Dizia ele que o ato mais importante de sua
vida fora ter escrito a Declaração Universal dos Direitos do Humanos, obra que
o projetara no mundo inteiro e era o seu grande motivo de orgulho.
29/10/2018
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário