18 de junho de 2018
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Jurandir Dias
Estamos em época de Copa do Mundo. Desta vez ela transcorre
na Rússia e servirá para romper as barreiras ideológicas e psicológicas em
relação a um país do qual Nossa Senhora disse em Fátima que espalharia seus
erros por toda parte. Tal previsão, contudo, já se cumpriu, pois o comunismo se
encontra, de alguma forma, instaurado em todo o mundo e até dentro da Igreja.
Esse importante aspecto da realidade contemporânea fica
ofuscado pela propaganda com que somos bombardeados a respeito da Copa do
Mundo.
Entretanto, algo parece estar mudando. Apesar de todo o
esforço midiático, a Copa do Mundo atrai cada vez menos público. É o que
observa a professora Nardele Silva, moradora de Belo Horizonte: “Este ano
está muito desanimado. Ninguém está em clima de Copa do Mundo. O Brasil está
vivendo um momento muito difícil, e isso está nos levando a repensar a
importância dos jogos. O Brasil é o país do futebol? Pode até ser, mas também
tem que ser o país de outras coisas: o país da segurança, da educação, da
saúde. Então, vejo esse desânimo, vejo as pessoas virando as costas para a
Copa.”[i]
Também em Portugal, o ex-ministro Pedro Santana Lopes [foto
ao lado], numa entrevista para a TV SIC, em 26 de setembro de 2007,
manifestou o seu profundo desacordo com a importância tributada pela Imprensa
ao futebol em detrimento dos problemas realmente importantes da Nação.
Apenas a entrevista havia começado, a jornalista o
interrompe para transmitir a chegada de José Mourinho, técnico de futebol, que
acabava de desembarcar no Aeroporto da Portela.
Após o repórter falar da importância daquele técnico de
futebol, a jornalista retoma a entrevista:
– Volto agora a conversar com Pedro Santana Lopes,
estávamos a falar…
– Sabe aonde é que estávamos? – pergunta o
entrevistado.
A jornalista apenas começa a justificar aquela abrupta
interrupção, o ex-ministro a interrompe:
– E acha que isso justifica? Desculpe a pergunta.
A jornalista, mal à vontade com a reação do entrevistado,
tenta se justificar novamente.
O ex-ministro reage:
– Estamos a falar da interrupção. Acha que isso
justifica?
E continua, ironicamente, sem deixar a jornalista apresentar
as suas escusas:
– José Mourinho é mais importante que qualquer um de nós,
sem dúvida nenhuma. A chegada dele põe o país em delírio e os problemas dos
partidos e do sistema política não interessam nada. Só lhe pergunto: é assim
que o país anda para a frente? Os senhores me convidaram para vir aqui, para
vir falar destes assuntos importantes, eu vim com sacrifício pessoal, um
sacrifício pessoal, chego aqui e sou interrompido por causa da chegada de um
treinador de futebol! Acho que o país está doido, desculpe dizer. Com todo o
respeito, e, portanto, eu não vou continuar a entrevista. As pessoas têm que
aprender, peço desculpas, mas não vou continuar, sem nenhum preciosismo. Agora,
eu tenho regras e não quebro minhas regras.
Após anos de paulatina destruição dos alicerces da sociedade
e de inversão de valores promovido por forças hostis à civilização cristã, as
quais utilizam o futebol que privilegia os pés e não o trabalho intelectual,
parece que está havendo uma sadia reação. É o que fazem transparecer as
declarações da professora mineira e do ex-ministro português. Queira Deus que
este estado de espírito se mantenha não só no Brasil e em Portugal, mas no
mundo inteiro!
[i] https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2018/06/12/interna_gerais,966151/a-dois-dias-da-copa-do-mundo-bh-ainda-tem-poucos-locais-decorados.shtml
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