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segunda-feira, 19 de março de 2018

SÃO JOSÉ, PATRONO DA IGREJA - Plinio Corrêa Oliveira


18 de Março de 2018

Alma ardente, contemplativa e cheia de carinho
Plinio Corrêa Oliveira*

Esta foi a melhor estampa de São José que conheci em minha vida. Trata-se claramente de uma pintura executada por alguém que interpretou bem o papel de São José, e que soube exprimir isso em uma obra artística de boa qualidade.

Viajando pela Europa, estive em muitas catedrais e igrejas famosas onde se encontram imagens de São José. Nunca me deparei com outra que representasse tão bem a fisionomia espiritual do Santo Patrono da Igreja. Não são os traços físicos o que importa, mas a fisionomia espiritual do castíssimo esposo de Maria Santíssima.

Habitualmente os traços apresentados de São José deformam um tanto aquilo que ele deve ter sido. As imagens correntes dele apresentam um homem que, à força de ser simples, torna-se um pouco simplório, olhando e sorrindo à maneira de quem não está compreendendo bem as coisas, a quem falta firmeza de vontade, e que não é um verdadeiro chefe.

É preciso ressaltar que nas mãos dele Deus entregou o maior tesouro que houve na Terra, do qual jamais haverá similar na História: Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus humanado! É forçoso compreender que Deus só pode ter designado para isso um homem de alto critério, alta prudência, alto discernimento e alto carinho. Mas ao mesmo tempo capaz de enfrentar, com inteligência e força, qualquer dificuldade e qualquer adversário que se lhe opusesse.

Adversários surgiram logo no início. Conhecemos bem a perseguição que Herodes quis mover contra o Menino Jesus, o massacre dos inocentes, a necessidade de fugir para o Egito. Que mentalidade precisava ter esse homem, que coração, que alma de fogo para guiar através de tantos riscos a Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora.

Ele era o esposo fidelíssimo de Nossa Senhora. Entre esposo e esposa é necessário haver certa proporcionalidade. Não pode o esposo ser demasiadamente superior à esposa; nem a esposa ser desmedidamente superior ao esposo. Portanto, deveria ser um homem que tivesse proporção com Maria Santíssima, mas as imagens habitualmente difundidas não exprimem isto.

Entretanto, neste quadro contemplamos São José em sua pobreza, sua singeleza, um simples operário em Nazaré; mas também um homem de inteligência, de critério e firme. Não é um sábio, nem universitário. Contudo, dotado das credenciais para ser depositário dos segredos de Deus. O que é preciso para isso? Ter alma de fogo, alma ardente, alma contemplativa, alma cheia de carinho. Por essas razões, gosto muito desse quadro.
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(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 22 de março de 1987. Sem revisão do autor.



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