BORDO DO PEDRO II
25º DIA
Passeio a Mar Del Plata.
Jantar no Cassino Bristol.
Cenários novos:
Jogos, mundanismo,
luxo, perdição.
Frio intenso.
Neve, clima variável, hostil.
A cordilheira ao longe branqueada de neve a convidar-me.
Cartas de casa: grande alegria, todos bons,
Nísia em Chicago.
Saudosa.
Desolada.
Triste.
São as frases da sua epístola.
Retorno a Buenos Aires.
Hotel.
Vou dormir cansadíssimo.
26º DIA
Os correspondentes de
Castro C., Alvelar Hermanos, mandaram-me convidar para um ‘passeo’ al
interior de uma “Hacienda gadareira”.
Aceito.
O Cadillac percorre estradas magníficas a cento e vinte
quilômetros por hora.
Vastos campos cobertos de trigo, milho e alfafa.
O pampeiro zune e me chicoteia a epiderme.
Estou com os lábios rachados e os dedos torcidos.
Frio tremendo.
Paisagens tristes, uniformes, melancólicas.
Pampos povoados de gado de raças europeias. Magníficos.
Cavalos de raça árabe, lindos, ágeis, nervosos.
Riqueza agrícola colossal.
Riqueza pastoril imensa.
A natureza fez as pastagens, as estradas, as estâncias, e
disse ao portenho:
- Toma conta, é tudo teu de graça.
Povo feliz e bem aquinhoado pelo destino.
O Brasil, porém é mais rico, mais belo, mais nobre.
(AQUARELAS E RECORDAÇÕES Capítulo XXII)
Francisco Benício dos Santos
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