Meu Cachoeira
MINHAIDA-VIDA
NASCIDA-CONTIDA
EXPELIDA-SURGIDA
que foi,
que veio,
que é,
fusão temporal dos
temporais
vindos não-vindos
das enchentes cantaroladas
do meu RIO CACHOEIRA...
Meu CACHOEIRA,
encantado rio-menino,
doce fio de vida
que é infernal sustentáculo
de beleza,
que é o sol de reminiscências,
que é o braço direito
das lavadeiras.
MINHAIDA-VIDA
NASCIDA-CONTIDA
EXPELIDA-SURGIDA
no sangue do CACHOEIRA
que é valente
que é suave-manso-revolto,
que é fogoso-pulante-dançante
como o bailado das águas
de PONTAL DOS ILHÉUS.
de PONTAL DOS ILHÉUS.
(O SOPRO DO CACHOEIRA)
Gabriel Nascif
.....
“O SOPRO
DO CACHOEIRA” - de Gabriel Nascif. Não conheço Itabuna para
sentir o sopro do Cachoeira como o faz Gabriel Nascif nos seus versos cheios de
amor e de sinceridade. Esquecido dos “conflitos coronelísticos”, Gabriel
apresenta-se, acima de tudo, um mensageiro de alta poesia lírica e dono de bom
conhecimento do vernáculo. Em tudo há paixão por aquela terra que o jovem poeta
considera “lâmpada do Sul do Estado que irradia um fogo como fogazal” para
outras grandes cidades sulinas. Em seus versos há comunicação social.
A palavra
define a pessoa; é a própria pessoa. A palavra de Gabriel Nascif define-o. ela
não está desvinculada da emoção, que é emergente em todos os seus versos, nem
da tranquilidade que o poeta manifesta. Emoção e tranquilidade bem controladas.
Enfim, “O cantar dos ventos
funde-se na infância ida,
colorida,
haurindo na esfera
ao som das feras
como pedras e entre pedras ali”.
***
“Somos um pedaço do ontem,
Somos parte do
hoje,
Somos fruto do amanhã”.
E nesses
versos está todo o poeta Gabriel Nascif.
AGENOR DE ALMEIDA
* * *
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