Segundo os entendidos, são mais de 8.000 anos do predomínio
dos homens no planeta Terra. Pelo calendário gregoriano, são 2017 anos que o
cristianismo, religião dominante no Ocidente, prega a igualdade entre os seres
humanos, condenando a violência, o racismo e a superioridade de uma raça sobre
a outra.
Infelizmente, o atentado desta semana
em Barcelona mostrou, mais uma vez, que a humanidade pode superar a
brutalidade de certos animais. Nesse particular, tivemos recentemente os casos
mais dolorosos da raça humana: o Holocausto nazista, a tragédia de Guernica (na
própria Espanha) e os diversos atentados em várias cidades e regiões do mundo
em pleno século 21.
Praticamente a cada ano uma grande cidade é devastada por
criminosos que, invocando deuses e territórios, colocam a raça humana no mesmo
nível dos animais ferozes. O atentado atribuído até agora ao Estado Islâmico é
uma prova de que estamos longe de uma sociedade justa. O noticiário desses dias
cita os detalhes da carnificina em Barcelona, que se somam
às barbaridades de Londres, Nice, Estocolmo, Berlim, Paris, Bruxelas,
Munique, Manchester e outras cidades que consideramos civilizadas.
Nesta semana, os atentados de Barcelona e Charlottesville,
invocando a supremacia de uma raça sobre outra, demonstram que em pleno século
21 a sociedade humana não aprendeu nem quis aprender os fundamentos básicos da
fraternidade que tornariam o mundo mais justo e digno.
Não adiantaram o sonho de Martin Luther King, Nelson
Mandela, Mahatma Gandhi e Jesus Cristo. Com lamentável periodicidade, somos
obrigados a admitir o bárbaro estágio em que ainda vivemos.
Infelizmente, o atentado em Barcelona nesta semana não será o último. A raiz dos ódios não foi extirpada dos corações humanos.
Infelizmente, o atentado em Barcelona nesta semana não será o último. A raiz dos ódios não foi extirpada dos corações humanos.
Folha de São Paulo (RJ), 20/08/201
.............
Carlos Heitor
Cony - Quinto ocupante da Cadeira nº 3 da ABL, eleito em 23 de março de
2000, na sucessão de Herberto Sales e recebido em 31 de maio de 2000 pelo
acadêmico Arnaldo Niskier.
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário