8 de dezembro de 2017
O texto abaixo anda circulando pelas redes sociais, mas
infelizmente não sei quem é o autor. Compartilho com o meu leitor pois ele traz
bons argumentos e questionamentos, que não veremos na grande imprensa, quase
toda ela dominada pelo viés esquerdista anti-Israel, antiamericano e, acima de
tudo, anti-Trump.
Vendo as notícias desesperadas da mídia sobre o
reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e os comentários dos
“especialistas”, só há uma palavra para definir: PATÉTICO.
Pelo tom, pelas falas, pelas caras, parece que teremos o
apocalipse. Uma bomba atômica no Irã não causa tal preocupação. Idem, os
mísseis da Coreia do Norte. As lideranças mundiais pareciam recém desembarcadas
de Marte, porque as suas declarações não tinham a mínima base na realidade e
denotavam uma surpresa e temor completamente infundados.
O presidente da Turquia (que não faz fronteira com Israel) e
que é furiosamente antissemita, protestou. Disse que a decisão vai beneficiar
grupos terroristas (que ele, aliás, apoia, como o Hamas)…. alguma surpresa?
esperavam que ele gostasse? para completar o ridículo, ele ameaçou cortar
relações com Israel (e não com os EUA….)
O papa, um total desastrado em política externa, que chamou
Mahmoud Abbas de “homem de paz”, disse que os direitos de todos deveriam ser
respeitados. Desde quando os direitos de todos são respeitados nos locais sob
soberania islâmica? Desde quando os árabes reconhecem o direito dos judeus de
ter seu Estado?
Os líderes europeus falaram em “prejuízo às negociações de
paz”…. como assim, há negociações ocorrendo ou mesmo marcadas? Há anos ninguém
senta na mesa para discutir nada. O que eles não têm coragem de dizer é uma
única coisa: têm medo que os árabes fiquem furiosos e cometam mais atentados do
que já cometem. Só não dizem para não serem politicamente incorretos e acusados
de islamofóbicos. Eles sabem que os países árabes não vão romper tratados nem
declarar guerra; sabem que não haverá boicote petrolífero; então têm medo mesmo
é do terrorismo islâmico, que ganharia mais um pretexto (como se precisassem de
algum).
Theresa May e o Secretário-Geral da ONU disseram que o
futuro de Jerusalém deveria ser decidido pelos dois lados (judeus e
palestinos). Alguém pode avisá-los que os palestinos não aceitam negociar a paz
e nem reconhecer Israel, e que há 70 anos, ou seja, independente da decisão
americana de hoje, os árabes estão decididos a destruir Israel?
A Liga Árabe protestou também. Mas não é esta entidade que
desde 1967 segue a política dos Três Nãos (Não à paz com Israel , Não ao
reconhecimento de Israel, Não a negociações com Israel)? Curiosamente, os
países árabes mais importantes em relação ao problema (Arábia Saudita, Jordânia
e Egito) deram declarações protocolares, sinalizando que está-se fazendo muito
barulho por nada…
O Irã protestou… mas esse país já não planeja destruir
Israel, independente de qualquer coisa?
O Hamas disse que a decisão de Trump sepulta a solução de
dois Estados… desde quando o Hamas defendia isso, dois Estados???? Até hoje,
defendia a destruição de Israel e continua defendendo. O que fará o Hamas?
Jogará foguetes e praticará atentados? Por favor, me contem uma novidade…
Uns dizem que os EUA perderão a capacidade de serem
mediadores do processo de paz porque tomaram partido de um dos lados. Até onde
eu sei, os EUA já eram aliados de Israel. Além disso, quem vai substituir os
EUA? E se aparecer alguém para esse papel, que ótimo! A paz é o maior
sonho de Israel, desde que foi criado.
Outros dizem que vai aumentar a instabilidade no Oriente
Médio? Como assim? Vai surgir uma outra guerra para rivalizar com a da Síria?
Ou com a guerra do Iêmen? Outro grupo surgirá para ocupar o espaço do Estado
Islâmico? O Hezbollah vai, finalmente, assassinar o primeiro-ministro do
Líbano? O que isso tem a ver com Jerusalém?
Há os que dizem que pode despertar a fúria palestina e levar
até mesmo a uma nova intifada. Já não houve duas, sem o reconhecimento de
Jerusalém como capital? Ou seja, não é preciso nada disso para fazerem uma
intifada. Terrorismo? Israel já convive com isso desde antes da sua criação…
Demétrio Magnoli superou-se: disse que o reconhecimento é
uma vitória de Netanyahu, mas não de Israel, como se o governo israelense não
tivesse legitimidade ou os cidadãos de Israel, em geral, não apoiassem a
decisão de Trump….desde a eleição de Trump, desconfio que ele está tendo
alucinações.
Nenhum desses atores reclamou ou protestou quando a Unesco
adotou decisões malucas contra Israel, reconhecendo a suposta ligação de
Jerusalém com o Islã e negando a ligação entre os judeus e a cidade conquistada
pelo Rei Davi há 3000 anos, 14 séculos antes do surgimento do islamismo…
Não é demais lembrar que, embora haja uma ligação religiosa
entre muçulmanos e Jerusalém, a cidade é citada no Velho Testamento 619 vezes e
NENHUMA no Corão. A parte leste, onde estão os monumentos religiosos, esteve
sob soberania árabe por 19 anos (entre 1948 e 1967). Era um centro de
peregrinação muçulmana? Não. Foi alvo de cuidados, com restauração dos
monumentos? Não, ao contrário, muitos foram vilipendiados. Havia liberdade de
culto para todas as religiões? Não. Na verdade, toda a pressão árabe em cima do
tema tem apenas um objetivo: chantagear Israel, em razão da importância
espiritual da cidade para os judeus. É, simplesmente, para “criar caso”, porque
nunca deram efetiva importância à cidade como centro religioso. Na verdade, é
um empecilho para a paz. Sem esse trunfo, talvez eles passem a negociar
seriamente, porque perdem o instrumento de chantagem.
Também é importante lembrar que o desejo dos judeus de ter
um Estado era tão grande que aceitaram a partilha da ONU, mesmo sem Jerusalém.
Os árabes é que não aceitaram a criação do Estado judeu, ainda que esse Estado
não tivesse a cidade sagrada. Portanto, o problema dos árabes não é Jerusalém,
pouco importa em qual mão ela esteja. É a existência de Israel, que se recusam
a aceitar. Jerusalém é só o assunto do dia.
Aliás, em 1947 os árabes também protestaram. Ben Gurion não
deveria ter declarado a independência?
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC,
trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros,
entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré
vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com,
jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto
Liberal.
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