O Papa explica: “A Igreja não é nossa, é de Deus”
9 SETEMBRO 2017
A Missa Em Medellín (Osservatore © Romano)
(ZENIT – 9 Set. 2017).- O Papa Francisco esteve nesta
sexta-feira a cidade de Medellín, capital do departamento de Antioquia, onde
presidiu a missa no aeroporto Enrique Olaya Herrera. No quarto dia da
viagem apostólica na Colombia, o tema foi: “A vida cristã como discipulado”.
Mais de um milhão de pessoas participaram na missa, muitas
delas aguardaram desde a noite apesar da fina chuva. Na homilia o Papa
indicou três atitudes que devemos plasmar na nossa vida de discípulos:
A primeira: ir ao essencial. Isto significa caminhar em
profundidade rumo ao que conta e tem valor para a vida. O nosso discipulado
deve partir de uma experiência viva de Deus e do seu amor, é aprendizagem
permanente através da escuta da sua Palavra: “E esta Palavra, como ouvimos,
impõe-nos cuidar das necessidades concretas dos nossos irmãos: pode ser a fome
de quem vive ao nosso lado ou a doença”.
A segunda palavra: renovar-se. A renovação não nos deve
meter medo, mas implica sacrifício e coragem, não para nos considerarmos
melhores ou impecáveis, mas para respondermos melhor à chamada do Senhor: “E na
Colômbia, há tantas situações que reclamam, dos discípulos, o estilo de vida de
Jesus, particularmente o amor traduzido em atos de não-violência, de
reconciliação e de paz”.
A terceira palavra: envolver-se. Envolver-se, ainda que para
alguns isso pareça sujar-se, manchar-se. Também hoje nos é pedido que cresçamos
em ousadia, numa coragem evangélica que brota de saber que são muitos os que
têm fome, fome de Deus, fome de dignidade, porque dela foram despojados.
“Não podemos ser cristãos que levantam continuamente a
bandeira de ‘Passagem Proibida’, nem considerar que esta parcela é minha,
apoderando-me de algo que absolutamente não é meu. A Igreja não é nossa, é de
Deus”.
Papa convidou a Igreja na Colômbia a comprometer-se, com
mais ousadia, na formação de discípulos missionários, como foi indicado pelos
Bispos reunidos em Aparecida no ano de 2007:
“Discípulos que saibam ver, julgar e agir, como propunha
aquele documento latino-americano que nasceu nestas terras (cf. Medellín,
1968). Discípulos missionários que sabem ver sem miopias hereditárias; que
examinam a realidade com os olhos e o coração de Jesus, e julgam a partir daí.
E que arriscam, atuam, comprometem-se”.
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