Uma passagem marcante!
Não é novidade que todas as pessoas que vêm ao mundo, nas
suas passagens, deixam suas marcantes passagens, quer sejam benéficas ou,
muitas vezes, até desagradáveis e tristes!
Claro que para esse segundo grupo, temos que ser
benevolentes e perdoa-las, pois, talvez pelas faltas de oportunidades, tenham
tido orientações desajustadas e até nem orientação tiveram. Mas, com relação ao
primeiro grupo, temos que valorizar e reconhecer que suas passagens, deixaram
marcas deslumbrantes e maravilhosas que servirão sempre de bons e invejáveis
exemplos! Nessa categoria, obrigatoriamente, não torna-se exagero dizer-se que
tratam-se de pessoas superespeciais e, uma delas, posso dizer de cátedra que
foi uma lição de vida, pouco vista nos dias atuais: LETY GUIMARÃES DE AQUINO!
Essa pessoa que refiro-me, que tive o privilégio de conviver
em torno da sua família por meio século, absorvendo em seus atos e
procedimentos, os carinhos e afetividades que para todos ela dedicava,
principalmente aos familiares e amigos. Sempre presente nas horas de servir,
ombros normalmente disponíveis para choros ou lamentações e, como respostas,
bons conselhos pela sua experiência de vida.
Não foi de muitos estudos, pois, na sua época, as moças eram
mais criadas para serem prendadas donas de casas, esposas dedicadas e mães
protetoras e cuidadosas e, nesses particulares ela fez um mestrado perfeito,
tornando uma esposa maravilhosa, mãe de quatro filhos que foram muito bem
educados e tratados com um carinho inigualável, pois, como uma ave, colocava
todos embaixo das suas asas, dando uma proteção impecável e bendita! E, pela
sua personalidade de solidária, ainda aconchegava seus irmãos caçulas, genros,
noras e uma grande fatia de amigos!
Com os netos? Ave Maria! Quem quisesse que fosse bulir em um
deles! Esses eram intocáveis e cheios de dengos e vontades!
Na vertente religiosa era uma verdadeira fiel aos seus
princípios católicos, participando diuturnamente em todos os eventos. Amiga
calorosa de todos os padres e, de quebra, ainda fazia e mandava um lanchinho
para o Bispo! Nas decorações do templo, sempre estava presente não só
ofertando, como trabalhando para dar brilho aos acontecimentos!
Sempre foi um esteio para o abrigo de S. Francisco. Cuidava
dos velhinhos com carinho e devoção, como também preocupada com as dificuldades
e as necessidades na parte arquitetônica. Foi uma das montadoras do Bazar e,
por sua vez, dava seus plantões nas modestas vendas que ajudavam ao humilde
abrigo!
Essa pessoa inesquecível e marcante partiu para estar ao
lado de Deus e, tenho absoluta certeza, que foi recebida com tapete vermelho
pelos anjos, tocando harpas e gritando Aleluia, pois, naquele momento, chegava
alguém muito especial: LETY GUIMARÃES DE AQUINO!
Saudades? Até que poderemos ter! Mas, como já disse em um
dos meus poemas: “Como poderemos sentir saudades por alguém ter partido, se
esse alguém estará sempre em nosso coração partido?”
Antonio Nunes de Souza,
escritor
Membro da Academia
Grapiúna de Letras-AGRAL
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