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quarta-feira, 28 de junho de 2017

ARTISTAS GENIAIS DE ITABUNA - Manoel Fogueira e Oscar Ribeiro gonçalves

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Imagem: Fotomontagem ICAL
Artistas geniais de Itabuna


            Itabuna não é somente uma grande cidade do cacau e progressos comerciais; é também a terra de artistas geniais, natos, isto quer seja na pintura, na música como na poesia. Para seu engrandecimento não bastaria a cultura literária; não bastaria o trabalho literário de jornais, noticiando, diariamente, quase todos os fatos, merecendo, por isso, um cuidado especial, pois estes noticiários constituem enxertos para história, pela narração dos episódios. Itabuna é tudo isso, mas, se na sua civilização não espalhasse a existência das belas artes, não poderia refletir os raios do sol de uma  história que fosse a expressão exata e fiel de sua civilização.

            Destarte começamos pelo presente, trazendo à baila o pintor Walter Moreira, filho desta gleba, moço inteligente, dotado de grande vocação na arte da pintura. No baldio do presente se nota a seara do seu futuro. Nos trabalhos de WALTER MOREIRA se percebe o acordar de um gênio, desabrochado em belíssimas pinturas a óleo et le crayon; (e o lápis); plantas de prédios e desenhos relativos à anatomia.

            WALTER MOREIRA é um artista genial; sem ter cursado a escola de Belas Artes, revela-se em seus trabalhos um verdadeiro gênio. Sua ciência é como que infusa. E WALTER MOREIRA e descendente da família de Félix Severino do Amor Divino, pioneiro de Tabocas...

            Notável também o grande músico MARTINHO DOS SANTOS. Tocava soprano admiravelmente, na capital deste Estado (Bahia) ele era figura integrante nas melhores orquestras. Faleceu em Salvador.

            MANINHO FÉLIX tocava saxofone-alto, brilhante compositor de dobrados, os quais causaram grandes sucessos. Também era um dos rebentos de Félix Severino do Amor Divino.

            ROSEMIRO SEVERINO PEREIRA, violinista e compositor de marchas carnavalescas, cantadas em todo o Brasil.

            Quase todas essas figuras tiveram seu curso primário na escola da Sociedade Monte Pio dos Artistas com exceção de Rosemiro; este foi o criador da Filarmônica Euterpe Itabunense, havendo começado os ensaios em sua residência, Rua Ruy Barbosa, 99, transferindo-se depois para a sede do Monte Pio dos Artistas.

            WALDIR FERREIRA, pianista de relevo, realizou concertos na Europa (Paris) sendo muito aplaudido e elogiado.

            JOSÉ BASTOS, genial poeta Itabunense, este na sua passagem deixou na areia do tempo, o sinal da planta dos seus pés, como indelével marca de sua jornada através da poesia. Dentre suas produções, inserimos nesta história a seguinte poesia:

ITABUNA 

Minha terra Natal! Que te abrasa e inundas
De tanto sol! Assim entre agrestes verdores
Do Cachoeira escutando os bravios rumores,
Como a Iara gentil destas águas profundas!

Quanta poesia tens nas árvores jucundas
Que te cercam além! Nas casas multicores
Que te aureiam brilhando entre ramos e flores
E enchem de encanto e vida estas plagas fecundas.

Oh! Como sou feliz e me sinto orgulhoso,
De um dia ter nascido em teu seio faustoso
Sob o esplendor de um céu de beleza tão rara!

De me haver embalado à cantiga e ao gemido
Do Cachoeira, que rola à água profunda e clara,
Escumando aos teus pés como um jaguar ferido!

(Ensaios Históricos de Itabuna, O JEQUITIBÁ DA TABOCA – 1ª Edição 1960)

Manoel Bomfim Fogueira e Oscar Ribeiro Gonçalves.

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