Tabocas – Itabuna
Foi aos mil e oitocentos e quarenta e nove...
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Alma de pioneiro altivo que remove
Aquilo que se opõe à sua caminhada
FÉLIX DO AMOR DIVINO, aventureiro e forte,
Partira de Sergipe aventurando a sorte
E agora está feliz!... Prossegue na jornada!
Já não lhe basta agora a roça MARIMBETA
Chegaram seus irmãos... e então projeta:
MANOEL CONSTANTINO, avante, outra fazenda!...
Vamos abrir lugar, seja onde for; preciso!...
Transformar esta mata em nosso paraíso...
E o crioulo escutou... sonhando a grande prenda!...
Seu amo era tão bom... jamais o desprezara...
Pensava... e de repente... assim, a ideia clara...
Partiu a procurar um local diferente...
Depois de muito andar... parou... quase um encantado
Estava bem defronte o lugar desejado...
Lado esquerdo do rio... estava à sua frente!...
A mata vai gemendo... e a terra se estremece...
E o matagal cortado em fúria, desfalece...
MANOEL CONSTANTINO é um ciclone humano,
Mas, um jequitibá exsurge inesperado...
Vetusto e gigantesco e não deteriorado...
Constantino prevê então trabalho insano...
São contratados, logo, uns fortes machadeiros...
E os dois irão cortar com golpes ligeiros,
Postados face a face, ao redor do gigante!...
Aquele que o machado entrar como uma broca,
Cortando mais veloz, então dará taboca
Por derribar primeiro o tronco agonizante!
Um grupo torcedor espera o resultado...
No silêncio da espera escuta-se o machado
E o arvoredo a gemer, ao golpe que lhe toca...
Num lance mais veloz – um MACHADEIRO o corta!
Treme JEQUITIBÁ... e cai... árvore morta!...
E a turma brada e aplaude... a lhe gritar TABOCA!
Aberta estava a mata agora ao CONSTANTINO...
É o mundo que sonha FELIX DO AMOR DIVINO...
Um novo povoado exsurge florescente!...
Mas... há um coração que quer dias melhores,
Que quer civilidade e músicas e flores,
Que sonha desta selva – a cidade nascente!
TABOCAS – gozarás feliz prosperidade!
Hás de crescer... enfim...serás uma cidade!
Não é que teu ditoso encanto te ressalves;
Mas é que existe ALGUÉM que sonha engrandecer-te
Que ao concerto da vida espera enobrecer-te,
É o grande lutador – José Firmino Alves!...
E os sonhos de Firmino Alves, como os de seu tio,
Os óbices vencendo, avançam como um rio...
Eis vibra de alegria a gente Grapiúna...
Surge Olinto Leone o primeiro Intendente...
Libertou-se o arraial...é Vila... Independente!
ITABUNA! ITABUNA!... Eis o passo seguinte!...
Novecentos e dez... Eis o século vinte!...
Eis VINTE E OITO DE JULHO – o teu dia sublime...
Afinal és CIDADE em toda fulgurância...
A Bahia se ufana em fidalga elegância,
Que ao Brasil teu cacau a lavoura redime!...
***
Itabuna, fevereiro de 1960
Nataniel Ruben Ribeiro Gonçalves
(Ensaios Históricos de Itabuna, O JEQUITIBÁ DA TABOCA – 1ª
Edição 1960)
Manoel Bomfim Fogueira e Oscar Ribeiro Gonçalves.
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