“São” José
Em Itabuna, estava sendo julgado um velho, acusado de haver
assassinado o namorado de uma das suas netas.
As provas e testemunhas não lhe eram favoráveis, até quando
um advogado, amigo do advogado da defesa, olhando detidamente para o velho
notou-lhe semelhança com a imagem de São José, padroeiro da cidade.
E, por coincidência, o danado do velho era carpinteiro e se
chamava... José.
Embora não funcionasse no caso e estivesse ali apenas por
curiosidade profissional, chamou a atenção do colega para todos esses detalhes.
Então, na tréplica, o advogado invocou o padroeiro da
cidade, pateticamente mostrou a estranha coincidência de seu constituinte se
chamar José e ser carpinteiro, e deixou o resto por conta do sentimentalismo
dos jurados.
O velho foi absolvido por unanimidade e até carregado nos
ombros do povo. Um mais exaltado gritou: Viva São José!...
Mas, outro velho ali presente, vizinho do acusado, murmurou:
- Quem não te conhecer que te compre... “seu” José...
(O SORRISO DO CACAU)
Nelson Gallo
* * *
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