Cerca de 633 milhões de pessoas no mundo são privadas do
acesso à água potável em suas moradias - AP
22/03/2017
Cidade do Vaticano (RV) – A “necessidade de tutelar a água
como bem de todos, valorizando também os seus significados culturais e
religiosos”.
Ao saudar a os fiéis de língua inglesa na Audiência Geral
desta quarta-feira, o Papa Francisco recordou o Dia Mundial da Água instituído
pela ONU há 25 anos e saudou os participantes do encontro organizado em Roma
pelo Vaticano sobre a proteção dos recursos hídricos.
“Encorajo em particular o vosso esforço no campo educativo,
com propostas voltadas às crianças e aos jovens. Obrigado por aquilo que fazem,
e que Deus vos abençoe”.
De fato, cerca de 633 milhões de pessoas no mundo são
privadas do acesso à água potável em suas moradias e cerca de 2,4 bilhões não
tem acesso aos serviços higiênico-sanitários adequados, o que provoca a cada
ano a morte de mais de 300 mil crianças abaixo dos 5 anos.
Diante deste quadro que a ONU decidiu dedicar este 25º Dia
Mundial da Água às águas residuais, ou seja, aquelas contaminadas por
atividades domésticas, industriais e agrícolas, que são depuradas e
reutilizadas segundo o objetivo sustentável fixado em 2015 pela ONU: “melhorar
até 2013 a qualidade da água eliminando os despejos, reduzindo a poluição e a
emissão de produtos químicos e descartes perigosos, reduzindo pela metade a
quantidade de águas residuais e aumentando a reciclagem e o reemprego seguro a
nível global”.
Em 24 de fevereiro passado, o Papa havia falado de “uma grande
guerra mundial pela água”, sublinhando, no entanto, que “ainda não é
tarde, mas urgente tomar consciência sobre a necessidade da água e de seu valor
essencial para o bem da humanidade”.
Neste sentido, o Pontifício Conselho da Cultura organizou no
Augustianum a iniciativa “Watershed: replenishing the water values for a
thirsty world”("Bacia hidrográfica: reabastecer os valores da água para um
mundo sedento") conferência voltada, em particular aos representantes do
Corpo Diplomático credenciado junto à Santa Sé e aos prelados da Cúria Romana.
Entre os conferencistas estarão, entre outros, o Cardeal
Peter Turkson, Presidente do dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral
e o Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os
Estados.
A iniciativa é uma resposta concreta que o dicastério
procura dar às questões levantadas pela Encíclica Laudato Si, em
colaboração com o Clube de Roma e a Escola Superior de Cultura Social e
mediática de Toru, na Polônia.
Sustentada por uma campanha no site
http://worldwatervalues.org e nas redes sociais – que aposta no envolvimento
dos jovens na defesa daquele que é um dos mais preciosos bens comuns – a
iniciativa quer ser um verdadeiro divisor de águas na promoção de uma nova
cultura do respeito pelo ambiente, centrada nos valores a serem oferecidos a um
mundo sempre mais sedento.
(JE)
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