A ilha perdeu a sua estética.
Está soturna, deprimente, como é deprimente o lodo em que
foi transformado o belo rio Cachoeira.
Desapareceram o verde do bambuzal e o viço do capinzal, que
se misturavam ao branco das garças formando um quadro poético, inspirador.
Só lhe restam poucos metros dos seus dois hectares de
área...
Mas continuam as suas hóspedes, as garças, agora dividindo
com negros patos selvagens, o poleiro de galhos tisnados, num contraste que
impressiona, produzindo um ruído não tão melodioso, mesmo assim bom de ouvir,
principalmente para os “atletas” que fazem sua caminhada matinal ou vespertina
ao redor do rio. Até quando essas aves persistirão, ou melhor, resistirão? - Acho
que só até a próxima enchente.
O Rio Cachoeira, na certa, carregará nas suas fortes
correntezas, para “as Terras do Sem Fim”, os últimos resquícios do que fora a
ILHA DO JEGUE.
Para os nossos netos restarão muitas fotos, poemas e alguns outros textos na Internet...
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Se o atual prefeito de Itabuna cumprir promessa de campanha,
o que restar da Ilha do Jegue servirá de apoio para colunas que sustentarão uma
moderna passarela para pedestres ligando o centro da cidade aos bairros da
margem direita do Rio Cachoeira.
Itabuna espera que dê certo o plano do prefeito Fernando
Gomes; assim, pelo menos a população vindoura ficará sabendo onde estava
localizada a bela Ilha do Jegue.
Eglê S Machado
Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
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