Terras do Sul
Quando
iniciado o povoamento das terras que iriam mais tarde constituir o Município de
Itabuna, era toda essa vasta região conhecida pela denominação de “Sul”. Assim
a chamavam os sergipanos, os sertanejos e todos os demais pioneiros que para
aqui demandavam em busca de novas e melhores condições de vida. Terras férteis,
propícias à lavoura, cortadas de cursos dágua perenes, povoamento nascente,
eram uma boa opção para quem desejava fazer futuro.
Nestas
páginas estão contados de maneira sucinta e despretensiosa alguns fatos
da vida da região. Uns são reais, é evidente, como quando falo no povoamento da
terra, nos pioneiros plantadores de cacau, na ação dos jagunços, na formação da
cidade. Outros são simples criação, são casos que não aconteceram, mas que bem
poderiam ter sucedido.
Como os
titãs mitológicos que quiseram conquistar
o céu de assalto, os personagens da nossa história regional foram também
gigantes que se dispuseram pelo trabalho, pela bravura ou violência, atingir o
céu das suas ambições – o poderio socioeconômico. Cada um lutou a seu modo. Foi
uma batalha renhida, muitas vezes cruenta e feroz. Armados de facão, do
machado, do podão, da enxada, do rifle e da “repetição”, a luta foi brava, mas
no fim, a escalada foi feita. Dominada a natureza, vencidos percalços, aquele
ideal tornou-se realidade. E aqui está ele representado na nossa força
econômica, na nossa lavoura, no nosso povo empreendedor, na nossa já chamada
“civilização do cacau”, cujas bases se assentam na coragem de homens fortes, no
sacrifício de muitos, na violência de outros, mas na audácia de todos que nos
primórdios da nossa formação histórica, implantaram-se nessas TERRAS DO SUL
baiano, dispostos a vencer ou morrer.
Fatos
ocorreram nesse pedaço de chão, hoje estórias esquecidas: o sacrifício anônimo
dos plantadores de cacau, daqueles que com coragem sofreram e batalharam pela
sobrevivência e pela posse do quinhão conquistado.
Há a página
negra do cangaço, dos assalariados da morte, mas há a página dos corajosos
pioneiros, dos desprendidos, dos idealistas que plantaram sementes, não só o
grão que a terra iria produzir, mas de
ideais que mais tarde enriqueceriam e
fortaleceriam um povo nascente. Cada um a seu modo foi um batalhador. Cada
personagem teve a sua estória, mas todos eles fizeram nossa a história das
TERRAS DO SUL.
(TERRAS DO SUL)
Helena Borborema
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Aí está,
portanto, “TERRAS DO SUL”. Simples, mas pleno de emoção e humanidade, querendo
inscrever no tempo a história de uma gente, o caminho de um rio, a esperança de
uma professora que crê no homem e na terra.
Itabuna,
junho de 1990.
Margarida
Cordeiro Fahel
(Professora titular de Literatura
Brasileira da Fespi)
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HELENA BORBOREMA - Nasceu em Itabuna. Professora de
Geografia lecionou muitos anos no Colégio Divina Providência, na Ação Fraternal
e no Colégio Estadual de Itabuna. Formada em Pedagogia pela Faculdade de
Filosofia de Itabuna. Exerceu o cargo de Secretária de Educação e Cultura do
Município. (A autora)
“Filha do Dr. Lafayette Borborema, o primeiro advogado de Itabuna. É autora de ‘Terras do Sul’, livro em que documento, memória e imaginação se unem num discurso despretensioso para testemunhar o quadro social e humano daqueles idos de Tabocas. Para a professora universitária Margarida Fahel, ‘Terras do Sul’ são estórias simples, plenas de ‘emoção e humanidade, querendo inscrever no tempo a história de uma gente, o caminho de um rio, a esperança de uma professora que crê no homem e na terra’” (Cyro de Mattos).
“Filha do Dr. Lafayette Borborema, o primeiro advogado de Itabuna. É autora de ‘Terras do Sul’, livro em que documento, memória e imaginação se unem num discurso despretensioso para testemunhar o quadro social e humano daqueles idos de Tabocas. Para a professora universitária Margarida Fahel, ‘Terras do Sul’ são estórias simples, plenas de ‘emoção e humanidade, querendo inscrever no tempo a história de uma gente, o caminho de um rio, a esperança de uma professora que crê no homem e na terra’” (Cyro de Mattos).
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