31 de dezembro de 2016
Último dia de 2016, um ano que muitos querem ver para trás,
de preferência esquecido. A maioria formada por gente de esquerda. É claro que
a aguda crise econômica brasileira, com seus 12 milhões de desempregados nas
costas, impede uma comemoração muito grande deste ano que se encerra. Fruto das
incríveis trapalhadas ideológicas, da incompetência e da infindável corrupção
do PT, a crise serviu como um banho de água fria – ou melhor: gelada -, durante
os 365 dias corridos do ano. Mas há, sim, muito o que celebrar, apesar disso.
A começar pela própria reação da esquerda. Quanto mais jurássica
essa esquerda, maior o pânico que demonstra publicamente. Foi um annus
horribilis para essa turma, o que já prova que não pode ter sido de todo
ruim para seres decentes e pensantes. Se o PT, o PSOL, o PCdoB, a UNE, a CUT, o
MST, os socialistas em geral e os “jornalistas” da GloboNews estão em prantos,
então coisas boas devem ter acontecido. E, de fato, aconteceram.
O Brexit tem sido lamentado por muitos que, da noite para o
dia, tornaram-se defensores da globalização. É claro que não defendem a globalização
liberal coisa alguma, e sim uma visão globalista do mundo, ou seja,
mercados cada vez mais controlados pelos estados, de preferência caminhando na
direção de um estado global, com George Soros nos bastidores puxando os fios
como de uma marionete.
A vitória de Trump foi outro marco desse mesmo fenômeno: a
elite aprisionada na bolha não entendeu até agora o grito de protesto dos
americanos, que não foram contra a globalização em si, mas contra o
establishment “progressista”. E essa vitória expôs todas as mentiras da grande
imprensa, seu viés, sua torcida, tudo disfarçado de jornalismo isento. Tiveram
que criar esse papo de “pós-verdade” só para esconder a perda do monopólio da
mentira. Momentos divertidos, portanto, ver a choradeira dessa patota ridícula.
O acordo de “paz” com os terroristas das Farc sendo
rejeitado pela população foi outro acontecimento positivo e hilário em 2016. Os
“especialistas” tendo que engolir que o “homem comum” não considera inteligente
negociar a “paz” se ela significar se curvar de costas diante de marginais foi
algo sensacional.
Mas tivemos, claro, as tragédias na Síria, as com maior
destaque, a Venezuela implodindo de vez, e a continuação de problemas graves
pelo mundo todo, na maioria dos casos um resultado de políticas defendidas pela
esquerda, como o socialismo, o multiculturalismo, o desarmamento de civis, o
estado controlador etc. O mundo, definitivamente, não é um parque de diversões
infantil onde a retórica pomposa impera sobre a natureza humana, como os
“progressistas” gostam de acreditar.
E, voltando ao Brasil, tivemos o impeachment de Dilma
Rousseff, a pior presidente de toda a nossa história, uma figura abjeta que
inacreditavelmente chegou ao poder, em tempos de profundo sonambulismo dos
eleitores. Como não aplaudir um ano em que alguém como Dilma é enxotada do
poder, com o massacre do PT se seguindo nas urnas? “Só isso” já é motivo para
festejar com a melhor champanhe que seu bolso for capaz de comprar.
Mas não foi “só isso”. O governo Temer, justiça seja feita, iniciou
um processo de reformas necessárias, que tinham sido completamente abandonadas
pelo PT. Colocou gente séria na economia e no comando de estatais, comprou
briga com os sindicatos para flexibilizar as leis trabalhistas obsoletas,
aprovou a PEC do Teto para limitar gastos públicos, e pretende até desarmar o
esquema da UNE e do PCdoB na emissão de carteiras de estudante. Pode estar
aquém do que desejamos e precisamos, mas o governo Temer fez mais em poucos
dias do que o PT em quase 14 anos, o que nem é tão difícil, uma vez que o PT só
fez cagada e destruiu o país.
E a Folha, hoje, publica dois artigos antagônicos justamente
sobre uma retrospectiva de 2016, o favorável assinado por Janaina Paschoal, e o
desfavorável por José Eduardo Cardozo. Uma mulher de garra que ajudou na luta
pelo impeachment, e o petista que fez de tudo para defender o indefensável.
Como ainda ter dúvidas de qual lado tomar? Janaina, inclusive, chegou a mencionar Ayn Rand em seu texto:

O descortinar dos ajustes estabelecidos entre governo e
empreiteiras, inclusive com remessa de bilhões de dólares ao exterior, salvo
entre os crentes do petismo, deitou por terra a falácia de que Lula e Dilma
seriam perseguidos políticos. Se antes eram vistos como pais dos pobres, ficou
claro terem sido mães para os ricos.
[…]
Nota-se que, ao mesmo tempo em que deixa de aceitar a
corrupção institucionalizada, o povo brasileiro passa a questionar benesses
incompatíveis com repúblicas muito mais ricas que o Brasil. Em suma, não vamos
ficar calados nem diante das ilegalidades nem frente às imoralidades.
Sempre foi muito cômodo aos poderosos fazer menção ao nosso
povo como cordato e conciliador, pois o cordial costuma ser submisso.
Diversamente do alardeado, 2016 não foi o ano perdido. O
cidadão comum, ainda que assustado com a lama que eclodiu, voltou a acreditar
que é possível tomar as rédeas do destino do país.
Parafraseando a escritora Ayn Rand em seu clássico “A
Revolta de Atlas”, penso que 2016 foi o ano da revolta dos otários, aqueles que
trabalham para pagar os tributos, até então, sem direito a opinar.
Um povo maduro enxerga sua realidade, por pior que seja, a
fim de transformá-la. Este foi o ano de diagnosticar a difícil realidade; 2017
pode ser o da transformação.
Desejo a todos um ano novo com os pés no chão e os olhos bem
abertos! A meta é impedir que volte a imperar o silêncio da cumplicidade. Nos
corações, que reine a tranquilidade de que é certo fazer o certo.
Sim, concordo com ela: foi ano da revolta dos “otários”,
aqueles que a esquerda enxerga como mascotes ou vacas leiteiras. Cansamos dessa
elite podre mancomunada com o governo, desses “intelectuais” que defendem o
socialismo, dos artistas engajados que só querem mamar nas tetas estatais, dos
empresários incompetentes que só pensam em privilégios. Um ano que colocou essa
turma toda na berlinda, que deu um baita calor nessa gente, não pode ter sido
um ano ruim.
Um ano de derrotas para Obama, Hillary, Lula, Dilma, Farc,
Soros e companhia, só pode ser um ano positivo. Um ano em que o maior tirano da
América Latina finalmente bateu as botas e foi assombrar o Capeta no inferno só
pode ser um ano positivo. Claro, morreu muita gente boa também, como ocorre
todo ano. É da vida. Mas há muita coisa a ser celebrada nesse 2016 que termina
hoje.
E que 2017 seja ainda melhor, com mais derrotas para a
esquerda, com mais despertar dos “otários”.
Do meu lado, só posso agradecer pela confiança dos leitores,
visível nos números. Fecho 2016 com 160 mil seguidores no Facebook,
quase 90 mil seguidores no Twitter, mais de 50 mil curtidas em minha fan page,
quase 40 mil inscritos no meu canal
do YouTube, uma média de 70 mil visualizações diárias em meu blog, quase 80
mil curtidas na página do Instituto
Liberal, e centenas de pessoas consumindo meus cursos na Kátedra.
Ou seja, enquanto o Brasil ainda afunda pela visão
ideológica equivocada, sigo fazendo meu trabalho com alcance cada vez maior,
mostrando a mais gente as causas desse nosso fracasso. E
pretendo acelerar o ritmo em 2017, pois o Brasil tem pressa!
Rodrigo Constantino
SOBRE / RODRIGO CONSTANTINO
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC,
trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros,
entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré
vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do
Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.
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