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domingo, 13 de novembro de 2016

UM POUCO DE INTERNETÊS – Agenilda Palmeira

Um pouco de internetês
Agenilda Palmeira

          A internet é a mais completa e dinâmica fonte de informações do planeta, que modificou vários aspectos da vida desde a maneira como fazemos amigos até o comércio mundial. No começo do ano de 2009 mais de um bilhão de pessoas tinham acesso à rede. Ela (a internet) firmou-se como ferramenta de comunicação para organizações, governo e pessoas. Por promover a liberdade de expressão e o acesso de direitos civis, como a cultura e a educação. A Organização das Nações Unidas (O.N.U) declarou há dois anos o acesso a internet como direito fundamental do ser humano. A internet evoluiu em uma velocidade espantosa, novas ferramentas são criadas e outras caem em desuso.
          Atualmente, as redes sociais on-line são os canais que mais crescem em número de usuários, só perdendo em tempo de navegação para os portais de acesso a rede de informação.           A internet e sua importância nos acontecimentos nos países árabes desde o fim de 2010 mostrou o poder dela na formação de grupos sociais e no espaço político. Ativistas tunisianos e egípcios usaram o twiter e o facebook para protestar contra a falta de democracia, os protestos derrubaram os ditadores desses países, que estavam no poder há mais de trinta anos. Em junho do ano em curso o Brasil também saboreou a força da internet na formação de grupos sociais para se articularem para os manifestos nas ruas das capitais dos principais Estados da Federação.
          Cerca de dois bilhões de pessoas têm acesso à internet, trinta por cento da população mundial. No Brasil, cerca de setenta e oito milhões de brasileiros acessam a rede segundo dados do IBGE de 2009. As redes sociais tornaram-se um fenômeno mundial, os portais como Facebook, que permitem ao usuário criar um perfil público e em seguida montar uma lista articulada de relacionamentos. Os principais já reúnem mais de um bilhão de usuários. Há diversos tipos de rede, que agrupam interesses específicos dos usuários. 
          O Brasil continua a crescer no acesso das redes, tanto dos computadores como à internet, em grande parte pela queda do preço de acesso e do aumento da rede. Em dois mil e onze, o número de computadores em uso chegou a oitenta e cinco milhões, de acordo com os dados da Fundação Getúlio Vargas. Isso significa que quatro entre nove brasileiros têm um computador em casa, ou no trabalho. Em dois mil e doze a expectativa foi de um computador para cada dois habitantes. Segundo dados da World States, instituição que monitora a rede, o número de brasileiros que acessaram a internet subiu aproximadamente 32 milhões para aproximadamente sessenta e oito milhões do fim de 2005 a março de 2011. Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) de 2009, realizada anualmente pelo IBGE dos cinquenta e oito milhões e seis mil domicílios investigados, quase trinta e cinco por cento tinham um computador.
          Os jovens continuam a ser os internautas mais assíduos no Brasil. Entre a população com mais de vinte e nove anos, apresenta proporções superiores a cinquenta por cento de acesso à internet. O pico é entre o grupo de quinze e dezessete anos, cuja porcentagem chega a setenta e um por cento.
          Redes sociais deseducam? Há os que afirmam que a internet e os SMS pioram a escrita de crianças e adolescentes. A ideia generalizada de que o uso prolongado de tecnologia da comunicação necessariamente corrói anos de esforço de alfabetização. Estudo realizado por universidades americanas, acreditam que novos usos de tecnologias como a de celulares para digitar e enviar escritos e não só para teclar chamadas, estimulam o desenvolvimento de novas habilidades. Escrever mensagem de texto para celular é diferente de redigir um post a ser publicado no facebook e redigir um e-mail a um amigo que, por sua vez, terá características diferentes de um e-mail enviado a um superior hierárquico. São formas diferentes de uso da língua, não melhores, nem piores, porque são novos usos linguísticos decorrentes da influência da tecnologia.
          As redes sociais tem usos próprios da língua, criou código e, por definição, um usuário que transmite em diferentes normas linguísticas saberá que não se digita um SMS de mesma forma como se escrevem parágrafo jornalístico. O papel da escola é lembrar que em certos momentos devemos nos expressar de forma mais livre e, em outros, de modo mais organizado. É necessário que a escola reconheça as múltiplas formas de escrever e parta do ponto em que os alunos estão no aprendizado para ajudá-los a valorizar, quando preciso, textos com diferentes níveis formais, mais complexos e estruturados. As redes sociais e celulares são usados para comunicação ao vivo, não está em cogitação a melhoria da escrita.
          A internet tornou ainda mais comum a crença fácil na etimologia popular que não explica nada, mas alimenta a imaginação do leigo curioso. Forró aparece na internet como originária do inglês for all quando na realidade é a abreviatura de forro bodó. As fantasias que a internet ajuda a espalhar sobre os ditos populares. Quem tem boca vaia Roma o correto é vai. Batatinha quando nasce... espalha a rama pelo chão. O correto é se esparrama pelo chão. Mais importante que ser “o país dos internautas” é discutir a qualidade da participação dos brasileiros na rede.

Agenilda Palmeira
professora
Membro da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL).
 Itabuna – Bahia.


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