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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

OH ARGENTINA! A QUE DIVINAS PUNIÇÕES TU TE EXPÕES COM A APROVAÇÃO DA LEI QUE DECRETA A MORTE DE INOCENTES?


Revolucionárias feministas comemoram aprovação da matança de inocentes nascituros na Argentina

“Ai daqueles que estabelecem leis perversas e continuamente escrevem leis de injustiça” (Isaías 10: 1).

“Há algo mais iníquo do que a exaltação do orgulho; há algo mais perverso do que a ignorância da Soberania de Deus; há uma coisa mais perversa do que a universalidade da impiedade […]. Esta coisa mais perversa do que todas as iniquidades é a introdução do mal nas leis”. (Padre Augustin Lemann).

 

Fonte: Sociedad Ecuatoriana Tradición y Acción

Diante da aprovação do hediondo crime do aborto na Argentina, quisemos destacar o texto citado acima, do Padre Augustin Lemann [foto abaixo], a fim de expor a gravidade do pecado que acaba de ser institucionalizado naquele país vizinho e os castigos aos quais se expõe uma nação que pratica uma ofensa tão grande que, de acordo com a doutrina da Santa Igreja Católica Romana Apostólica, clama ao Céu e a Deus por punição.


Uma análise séria da situação argentina nos leva a considerar que os demais países da América Latina também se encontram em grave perigo, pois uma onda radical, revolucionária e anticristã, apoiada por diversos organismos internacionais, trabalha incansavelmente há vários anos para destruir os princípios básicos da civilização cristã.

Múltiplas leis perversas vão sendo paulatinamente implantadas, diante do olhar impassível de muitos que cruzam os braços e continuam indiferentes suas vidas como se nada estivesse acontecendo. Porém, até quando tardará a Justiça Divina em intervir?


Padre Augustin Lemann

É uma pergunta que no início de 2021 todos devemos fazer. Basta um breve olhar sobre a atuação de Deus ao longo da História da humanidade, consignada nas Sagradas Escrituras, para saber que o Supremo Juiz não deixa impunes crimes tão hediondos como o assassinato de inocentes, sobretudo quando tais crimes se tornam lei. Explica o Abade Lemann, ao interpretar as palavras do profeta Isaías:

“A exaltação do orgulho, a ignorância da Soberania de Deus, a própria universalidade da impiedade, coisas tão perversas em si mesmas, nada mais são do que o mal nos fatos. É o mal, sem dúvida sempre crescente, mas ainda limitado à região dos fatos; enquanto as leis ímpias e os decretos perversos são o mal que vai além dos fatos e atinge os princípios, é o mal transportado para a essência das coisas e acantonado no alto.

“Assim morrem as nações: não de maneira precipitada ou repentina, mas gradualmente e como que por etapas, por causa das iniquidades dos homens e os correspondentes golpes da justiça de Deus.”

“Com a introdução do mal nas leis, o cativeiro e a morte”

Ante o perigo iminente do castigo, o que fazer?

Nínive e os ninivitas são o exemplo perfeito dado pelas Sagradas Escrituras de um povo que, percebendo a iniquidade de seus atos, fez penitência e retornou ao caminho do bem:

“Jonas entrou na cidade e andou um dia proclamando: ‘Em quarenta dias, Nínive será destruída’. Os ninivitas acreditaram na advertência de Deus e ordenaram um jejum e se vestiram de saco, do mais velho ao mais novo.

A notícia chegou ao rei de Nínive, que se levantou de seu trono, tirou a capa, vestiu um saco e sentou-se sobre cinzas. Depois publicou esta ordem em Nínive: ‘Homens e animais nada comerão nem beberão. Deixe-os vestir sacos e clamar a Deus com insistência. Que cada um corrija seu mau comportamento e suas más ações. Quem sabe se Deus se arrependerá e cessará sua ira, para que não nos faça morrer?’ Quando Deus viu o que eles estavam fazendo e como se arrependeram de seu mau comportamento, Ele também se arrependeu e não os puniu como os havia ameaçado” (Jonas 3, 6-10).


Imagem de Na. Sra. do Bom Sucesso

Penitência, oração e verdadeiras conversões é o caminho traçado não apenas pelas Sagradas Escrituras, mas também por Aquela que é a porta do Céu sempre aberta e Mãe de Misericórdia, Maria Santíssima, que em suas múltiplas aparições nos últimos séculos tem avisado a humanidade sobre a consequência dos pecados do mundo e a Grande Consolação para aqueles que, permanecendo fiéis, lutam pela implantação de seu Reino na Terra.
“Quando eles parecerem triunfantes, e quando a autoridade abusar de seu poder, cometendo injustiças e oprimindo os fracos, estará próxima a sua derrota. Cairão por terra estatelados…!”

“Terá chegado minha hora em que Eu, de maneira assombrosa, destronarei o orgulhoso Satanás, pondo-o debaixo de meus pés e acorrentando-o no abismo infernal, deixando finalmente a Igreja e a Pátria livres dessa cruel tirania”. (Revelação de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Quito – Equador).

https://www.abim.inf.br/oh-argentina-a-que-divinas-punicoes-tu-te-expoes-com-a-aprovacao-da-lei-que-decreta-a-morte-de-inocentes/

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UM CARPINTEIRO ORDINÁRIO – Ariston Caldas

 


         Meu pai dizia que Pedro Longuinho era um carpinteiro ordinário. Acrescentando:

            - Nunca aprendeu a arte.

            Pedro era primo terceiro de minha mãe – esmirrado, ombros estreitos e cabelo escorrido caindo sobre a testa. Sua fala era quase um resmungo. Ele não tinha filho e residia com a mulher numa casa abarracada em uma rua que ia dar na beira do rio, onde havia uma ponte de madeira.

            Os transportes para a cidade eram escassos e ruins e ele havia acertado fazer umas cancelas numa fazenda distante três léguas. Como meu pai tinha bom conhecimento com proprietários de caminhões, Pedro apadrinhou-se dele para conseguir um lugar no primeiro carro que aparecesse.

            - Graças a Deus estarei na fazenda bem antes do meio-dia. – Ele falou para a mulher que ajeitava uns bilros numa almofada feita de chitão.

            - Homem, o carro é seu? Então não fique aí fazendo planos à toa. – Advertiu-lhe ela.

            Antes de ter uma confirmação do meu pai, ele começou no domingo à tarde a arrumar as coisas num bocapio enorme. Chovia e o rio vinha enchendo rápido. Os moradores falavam que “já subiu mais de um metro”. Isso preocupava Pedro que tinha plano de viajar no dia seguinte bem cedinho.

            - É, a ponte é muito alta. Para o rio chegar até o lastro dela precisa de um mundo de água, e a chuva não está tão grossa assim – comentou para a mulher sentada ao lado da almofada de chitão, enquanto arrumava coisas num bocapio – serrote, martelo, enxó, esquadro, compasso; calça velha, uma camisa de brim, um pedaço de fumo de corda e o que ia lembrando. Não queria deixar nada para a última hora.

            Quando o dia amanheceu, ele pulou da cama, coou café, cozinhou aipim e deu milho às galinhas no terreiro do quintal; vestiu uma roupa limpa, calçou os borzeguins amarelos, fez algumas recomendações à mulher e saiu rua a fora, com o bocapio, em direção à cabeceira da ponte onde costumavam esperar transporte. Por algum tempo ficou de pé, teso, bocapio ao lado, certo de que o caminhão arranjado por meu pai não iria demorar. Mais de uma hora depois ele cansou e resolveu sentar-se numa pedra grande que havia perto da cabeceira da ponte, onde ficou chupando roletes de cana, olhando para o rio que parecia baixar.

            - Inda bem que a chuva passou e o rio está secando, resmungou para si mesmo. O caminhão só apareceu próximo das dez horas, quando Pedro já se encontrava aporrinhado. Junto a ele o carro parou. O motorista, sujeito sarará e barrigudo, de bigode cheio, desceu da cabine e perguntou-lhe:

            - Pedro Longuinho é o senhor?

            - Pois não! – respondeu ele, saliente.

            - ... É. Mestre Chico me falou para levá-lo até uma fazenda. Mas olhe a situação. Houve um imprevisto... – disse o motorista apontando para a carroceria do caminhão cheia de vacas leiteiras, e para a cabine onde iam duas mulheres com uns meninos ao colo. Pedro, sustentando o bocapio pesado como chumbo, ficou entalado e quando o carro sumiu na curva depois da ponte, ele resmungou, com raiva. “Diabo os leve!” – jogando para um lado o resto dos roletes espetados em taliscas de bambu.

 

(LINHAS INTERCALADAS)

Ariston Caldas

 

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Ariston Caldas nasceu em Inhambupe, norte da Bahia, em 15 de dezembro de 1923. Ainda menino, veio para o Sul do estado, primeiro Uruçuca, depois Itabuna. Em 1970 se mudou para Salvador onde residiu por 12 anos. Jornalista de profissão, Ariston trabalhou nos jornais A Tarde, Tribuna da Bahia e Jornal da Bahia e fundou o periódico ‘Terra Nossa’, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Bahia; em Itabuna foi redator da Folha do Cacau, Tribuna do Cacau, Diário de Itabuna, dentre outros. Foi também diretor da Rádio Jornal de Itabuna.

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

EDITORA DA UESC LANÇA TRÊS LIVROS NOVOS DO AUTOR CYRO DE MATTOS

 Clique sobre as fotos, para vê-las no tamanho original




Editora da UESC Lança Três Livros

Novos do Autor Cyro de Mattos

 

A Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, acaba de publicar três livros novos do ficcionista e poeta Cyro de Mattos. Os livros formam a Coleção Infância Livre e são estes: Nada Era Melhor, romance da infância, O Discurso do Rio, poesia, e Pequenos Corações, contos. O tema é a infância, retratada nos sentimentos que o autor teve na sua cidade natal, naqueles idos longe da diversão dos jogos eletrônicos de hoje.

A infância aqui circula como expressão do sonho e da liberdade, nostalgia e inconformismo. Uma fusão de saudade e dor encontramos nos trinta sonetos de O Discurso do Rio. Uma representação da infância com as marcas da aventura generosa vemos nos episódios de Nada Era Melhor. Em Pequenos Corações, contos de meninos, vivemos dentro de nós a vida que em cada episódio ela suscita com os ritos de passagem, ora alegres, ora tristes.

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domingo, 3 de janeiro de 2021

A VERDADEIRA BELEZA ATRAI A JUVENTUDE – II

 


Fachada ocidental da Abadia de Westminster (Londres)

Plinio Maria Solimeo

 

          Cumpro minha promessa voltando ao tema da atração da juventude pela verdadeira beleza das igrejas. O que tratei recentemente, ancorado numa notícia do jornal The Telegraph e comentada pelo Prof. Gabriel Ferreira, da Unisinos, vai na linha do que diz o Conselho Pontifício para a Cultura, no documento Via Pulchritudinis:

            “O caminho da beleza responde ao íntimo desejo de felicidade que reside no coração de cada pessoa. Abrindo horizontes infinitos, leva a pessoa humana a empurrar para fora de si mesmo, desde a rotina do efêmero instante, até o Transcendente e Mistério, e procura, como objetivo final da busca pelo bem-estar e nostalgia total, essa beleza original que é o próprio Deus, criador de toda a beleza”.

            A beleza é uma das mais cativantes perfeições divinas, pois ela nos remete ao Criador e nos leva a amá-Lo. Ensina São Tomás que os seres criados à imagem e semelhança de Deus participam e refletem de algum modo a beleza divina. Os limites de um artigo não permitem uma análise desse transcendental em todos seus aspectos, mas apenas no efeito que se manifesta na arquitetura cristã sobre os jovens de hoje.

           Temos de recorrer ao passado, pois com a abertura da Igreja para o mundo depois do Concílio Vaticano II, praticamente todos os aspectos do campo eclesiástico, como a liturgia, a “música”  sacra, a arquitetura, enfim tudo se sucumbiu à feiúra e ao mau gosto que passaram a dominar as exterioridades da vida religiosa, perdendo todo e qualquer atrativo.

         O que mais surpreende é esse interesse da juventude pelo belo na arquitetura religiosa é universal. A título de exemplo, citamos o que ocorre na Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Nebraska/Lincoln. Como grande parte dos seus 25 mil alunos frequentava a missa na capela do Campus, esta se tornou pequena, sendo preciso construir outra.

         Além do bom sinal de crescente religiosidade entre a juventude, algo de espetacular se passou com o projeto da nova capela. Os alunos se interessaram tanto pela construção do templo que procuraram modelos de igrejas tradicionais, sobretudo das que lhes mais agradavam, a fim de dar sugestões sobre seu embelezamento.

         Tanto o bispo responsável pela Universidade quanto os arquitetos do projeto são também partidários de um reviver da arquitetura religiosa clássica. Afirma o bispo Dom John Conley: “Nós pensamos que o estilo e toda a estrutura da igreja de Santo Tomás de Aquino comunicam beleza, e beleza atrai […]. Nós acreditamos que os estudantes serão atraídos por isso. Aliás, eles já estão sendo. Sempre há estudantes rezando lá”.

          Para o arquiteto Kevin Clark, “é incrível ver alunos católicos e não-católicos participarem da beleza física do edifício. Isso faz parte da conversa entre eles, e é uma coisa que intriga. Há uma série de não-católicos com quem me deparo quando estou dando voltas na igreja […]. Eles só querem estar lá, só querem ver aquilo, e a igreja realmente se tornou um elemento capital da cidade”.

         Outro exemplo da abertura dos jovens para a beleza dos edifícios religiosos, ocorreu no Centro Católico da Universidade de St. Paul, em Madison, Wisconsin. Lá também uma nova capela foi construída tendo como objetivo inspirar a beleza da arquitetura católica tradicional. A razão foi a mesma: “os estudantes estão sedentos de beleza”.

         Outro estudo recente mostrou que a beleza era uma das razões mais importantes pelas quais as pessoas vêm e ficam no catolicismo. A construção precisa ser grande, linda e visível o suficiente para que os estudantes percebam isso. Os alunos comentam que seus amigos não entendem como o prédio de concreto cinzento ao lado da livraria [a antiga capela em arte moderna] possa ser uma igreja.         

          Esperemos que esse movimento tão salutar do reviver do interesse pelo belo religioso contagie também os jovens brasileiros, os quais, apesar de tudo, representam maioria da população ainda católica.

 

https://www.abim.inf.br/a-verdadeira-beleza-atrai-a-juventude-ii/

 

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PALAVRA DA SALVAÇÃO (216)

 


Epifania do Senhor | Domingo, 03/01/2021


Anúncio do Evangelho (Mt 2,1-12)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós!

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor!

Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.

Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.

Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”.

Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

https://liturgia.cancaonova.com/pb/

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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. Roger Araújo:


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Epifania: todos os povos na gruta de Belém


 
"Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2,2)

A festa da Epifania é a mais antiga que se conhece. Era a única festa de Natal celebrada em toda a Igreja, até que no Ocidente passou a ser celebrada no dia 25 de dezembro. A palavra “epifania” significa, em grego, “manifestação”, referindo-se sobretudo à primeira claridade da manhã, antes do nascer do sol. Depois passou a significar a “manifestação” de Deus a todos os povos, pois Ele inunda com sua Luz todos os recantos escuros de nossa existência.

Mais uma vez a Epifania grita para que nos levantemos e, iluminados pela Luz do Nascimento de Jesus, sejamos espelhos que refletem essa mesma Luz, iluminando toda a realidade envolta em trevas.

Tanto no nível pessoal como comunitário, sejamos luz do mundo, e não nos cansemos de proclamar a todos que nosso Deus se manifesta nas coisas simples e palpáveis, próximas: como um menino que nasce, ou como uma expressão infantil de assombro e surpresa frente ao diferente, ou como cada um dos gestos que podemos e devemos fazer para abrir espaço ao Deus da Vida e àqueles que, como novos “magos”, vêm ao nosso encontro...

A celebração da Epifania nos lança para além dos estreitos limites de qualquer instituição religiosa, de todo dogmatismo, fanatismo e intolerância... Deus se manifesta sempre a todos os povos e em todas as épocas. Todos os homens e mulheres estão sob a mesma mão providente de Deus. No momento em que nos sentimos privilegiados por Deus, fazemos a mensagem desta festa virar pó. Todos recebemos tudo de Deus e todos temos a obrigação de aprender e ensinar uns aos outros; todos temos a nobre missão de acender uma luz, em lugar de maldizer as trevas; todos temos uma estrela a nos guiar até à fonte da verdadeira Luz.

Aqui não se trata de buscar, no relato da Epifania, um fundo histórico, no sentido moderno da palavra. O importante não é o que está por “detrás” da narração, mas o que nela se manifesta, a saber: os sábios do oriente representam a humanidade em busca de paz, verdade e justiça; representam a aspiração profunda do espírito humano, a marcha das religiões, da ciência e da razão humana ao encontro de Cristo.

O caminho dos magos que buscam o Menino Jesus é o caminho de todos os homens e mulheres, de todas as raças e religiões... O Jesus de Belém está sempre disposto a receber o ouro da cultura dos povos, o incenso de todas as expressões religiosas, a mirra de todas as dores.

Os Magos do Oriente são o símbolo de tantos homens e mulheres que, em qualquer parte do mundo, a partir de outras sendas e tradições espirituais, se perguntam, buscam e caminham.

Uma lenda os apresenta como um rei jovem, outro ancião e outro negro, querendo significar que a humanidade toda é mobilizada a “fazer-se caminho”.

Nesse percurso, os Magos escutam outras palavras e sinais, aprendem a filtrar aquilo que “ajuda para o fim” e a não seguir qualquer conselho. Herodes e os escribas estarão sempre presentes e ameaçam reaparecer antes, durante e depois do encontro com o Menino.

E toda viagem que culmina na manjedoura, é ponto de partida para novos caminhos. 

O ícone bíblico do relato dos Magos ilustra o risco do fechamento em nós mesmos, de enredar-nos nas armadilhas da nossa própria inteligência, ou de petrificar-nos em nossas sacralidades doutrinárias e legais. Isso se manifesta como rigidez para a mudança, a intensa necessidade de manter a própria imagem, a resistência em aceitar coisas novas que rompam nosso frágil equilíbrio ou os limites da nossa vontade...

A experiência da Epifania supõe uma capacidade de encontro e de escuta de Alguém que chama, uma atenção especial para distinguir vozes diferentes da própria voz, uma sensibilidade para escutar os gritos de nosso mundo e para receber a palavra da comunidade cristã.

O Deus, escondido na fragilidade humana, não é encontrado naqueles que vivem encastelados em seu poder ou fechados em sua segurança religiosa. Ele se revela àqueles que, guiados por pequenas luzes, buscam incansavelmente uma esperança para o ser humano, na ternura e na pobreza da vida. 

A viagem dos Magos se torna, assim, o símbolo da vida cristã, entendida como seguimento, como discipulado, como busca.

A viagem exige desapego, coragem, movimento, esperança. Quem está prêso à terra pelo peso das coisas, pelos apegos, pelos egoísmos, não é capaz de se tornar peregrino. Não pode peregrinar aquele que não se dispõe sinceramente a ultrapassar as fronteiras e os esquemas pré-concebidos que muitas vezes lhe fecham e lhe dão segurança. Isto não o deixa livre para encontrar o Deus da Vida que se manifesta.

Quem está convencido de possuir tudo, inclusive o monopólio da verdade, não tem a gana da busca

contínua; é semelhante aos sacerdotes de Jerusalém, frios exegetas de uma Palavra que não os atrai nem converte. Quem está bem instalado na cidade não precisa ir a Belém; ao contrário, Belém se reduz a um insignificante vilarejo de província.

Quando aprende a aceitar e amar a sua própria viagem, novamente a estrela surgirá à sua frente, indicando o sentido de sua existência e mantendo acesa a chama da busca inspiradora. 

Os “magos” somos todos. Esta é a festa do Deus que atrai a todos em seu amor. Quando parece que tudo está definitivamente fechado vem os Magos para abrir as portas da vida. Quando parece que o céu está escuro, brilha uma estrela para aqueles que querem continuar caminhando.

O Menino Jesus, Messias de Deus, não está fechado no templo e na estrutura religiosa, mas é coração aberto em Belém para todos os que dele se aproximam. Não é rei que impõe seu direito, mas criança necessitada, nos braços de sua mãe. Não é sacerdote que controla a sacralidade divina a partir do tabernáculo do tempo, mas menino ameaçado que se faz imigrante, assumindo assim a história de todos os excluídos.

Nós somos “magos” para anunciar a todos que há estrelas que apontam para a Gruta onde um Menino é acolhido, na rota da vida, que continua sempre aberta. Devemos mobilizar a todos para criar um mundo onde nenhum menino-Deus morra abandonado.

Somos “magos” quando experimentamos e anunciamos que a vida é um dom, que o ouro do mundo é um presente para todos os homens e mulheres, que os bens da terra estão a serviço da vida, que toda riqueza é para ser compartilhada para o bem de todos.

Somos “magos” quando temos de dizer a todos, com nosso exemplo, que a vida é prazer e glória, é incenso de admiração e de ternura, de intimidade orante e de proximidade. É preciso proclamar que não buscamos a glória do poder, a vitória da imposição, o incenso da mentira, mas buscamos e compartilhamos o incenso do amor que pode ser celebrado na intimidade da família, nas relações pessoais e sociais, no compromisso solidário. Diremos que sempre haverá um perfume ao nosso lado, ao lado de todos os homens e mulheres que poderão festejar, sonhar...

Somos “magos” quando revelamos que a vida é feita também de mirra. Somos todos “mirróforos(as)”, portadores do perfume, para levar o agradável odor em meio aos ambientes fétidos de ódio, intolerância e violência. A mirra é o perfume de amor, mas também é o bálsamo da morte. A mirra é como uma flor preciosa que pode nos acompanhar na vida, no crescimento de cada dia, na comunhão com os outros, na tristeza e na esperança de cada despedida.

Que cada morte seja tempo de amor, esperança de amor e não fruto da violência.

Enfim, a Epifania nos destrava e nos coloca a caminho, seguindo as “pegadas” dos Magos, fazendo opções, usando desvios, lançando-nos pessoalmente a ações concretas..., movidos pela experiência de encontro com a Vida, no despojamento de uma Gruta.

Texto bíblico:  Mt 2,1-12

Na oração: Às vezes tenho de me deter na vida, como os magos, para pensar e sempre me perguntar: onde estou? Em quê momento da vida me encontro? A quê estrela sigo? Meu caminho tem coração?... É a arte do discernimento.

A Graça também me precede, me acompanha sempre e libera meus melhores recursos e minha inteligência para abrir-me ao novo, a abertura que permite reconhecer o “Mistério” e deixar-me inspirar por Ele.


Pe. Adroaldo Palaoro sj

https://centroloyola.org.br/revista/outras-palavras/espiritualidade/2229-epifania-todos-os-povos-na-gruta-de-belem

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sábado, 2 de janeiro de 2021

RETALHOS – Cora Coralina

 


Retalhos

 

"Sou feita de retalhos.

Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha

e que vou costurando na alma.

Nem sempre bonitos, nem sempre felizes,

mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.

Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior...

Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho,

uma saudade... que me tornam mais pessoa,

mais humana, mais completa.

E penso que é assim mesmo que a vida se faz:

de pedaços de outras gentes

que vão se tornando parte da gente também.

E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados...

haverá sempre um retalho novo para adicionar à alma.

Portanto, obrigada a você

que faz parte da minha vida

e que me permite engrandecer minha história

com os retalhos deixados em mim.

Que eu também possa deixar pedacinhos de mim

pelos caminhos e que eles possam ser parte da sua história.

E que assim, de retalho em retalho,

possamos nos tornar, um dia,

um imenso bordado de 'nós'."

                     

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Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Publicou seu primeiro livro quando tinha 76 anos e tornou-se uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional.

 Ligue o vídeo abaixo:



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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO O quarto Rei Mago



O Quarto Rei Mago

 Há uma lenda que, sem fazer parte da Revelação, nos ensina o que Deus espera de nós.

Dizem que houve um quarto Rei Mago, que também viu a estrela brilhar em Belém e decidiu segui-la. Como presente, pensou em oferecer ao Menino um baú cheio de pérolas preciosas. 

No entanto, em seu caminho, ele encontrou várias pessoas que estavam pedindo sua ajuda.

Esse Rei Mago os assistiu com alegria e diligência, e deixou a cada um deles uma pérola. 

Mas isso estava atrasando sua chegada e esvaziando seu baú. 

Ele encontrou muitos pobres, doentes, aprisionados e miseráveis, e não podia deixá-los sem supervisão. 

Ficou com eles pelo tempo necessário para aliviar suas dores e depois partiu, sendo novamente interrompido por outro desamparado.

Aconteceu que quando finalmente chegou a Belém, os outros magos não estavam mais lá e o Menino fugira com seus pais para o Egito, porque o rei Herodes queria matá-lo. 

O Rei Mago continuou procurando-o sem a estrela que o guiara antes.

Ele procurou e procurou e procurou ... 

Dizem que ele passou mais de trinta anos viajando pela terra, procurando a Criança e ajudando os necessitados. 

Até que um dia chegou a Jerusalém, justamente quando a multidão enfurecida exigia a morte de um homem pobre. Olhando-o, ele reconheceu algo familiar em seus olhos. Entre dor, sangue e sofrimento, pode ver em seus olhos o brilho daquela estrela. 

O miserável que estava sendo executado era a criança que ele havia procurado por tanto tempo.

A tristeza encheu seu coração, já velho e cansado pelo tempo. Embora ainda guardasse uma pérola na bolsa, era tarde demais para oferecê-la à criança que agora, transformada em   homem, pendia de uma cruz. 

Ele havia falhado em sua missão. E sem mais para onde ir, ficou em Jerusalém para esperar a morte chegar.

Apenas três dias se passaram quando uma luz ainda mais brilhante do que mil estrelas encheram seu quarto. Foi o Ressuscitado que veio ao seu encontro! 

O Rei Mago, caindo de joelhos diante dele, pegou a pérola que ficou e estendeu-a a Jesus, que a segurou e carinhosamente disse:

"Você não falhou. Pelo contrário, você me encontrou por toda a sua vida. Eu estava nu e você me vestiu. Eu estava com fome e você me deu comida. Eu estava com sede e você me deu uma bebida. Eu fui preso e você me visitou. Bem, eu estava em todas as pessoas pobres que você assistiu no seu caminho. Muito obrigado por tantos presentes de amor! Agora você estará comigo para sempre, porque o Céu é a sua recompensa". 

A história não requer explicação ...

  

Somos o quarto Mago e damos continuidade ao seu trabalho todas as vezes que ajudamos alguém ao longo dessa caminhada chamada Vida. 


(Autor não mencionado)

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