8 de Março – Dia Internacional da Mulher
Sione Porto
Advogada e membro da Academia
de Letras de Itabuna-BA
A comemoração da data destaca a
importância das mulheres na sociedade e a história da luta pelos seus direitos:
como combate ao preconceito, à desvalorização e ao desrespeito, exigindo-se,
ainda, igualdade de condições de trabalho e liberdade.
Esta data importante de 8 de
março não foi aleatoriamente escolhida, haja vista ser uma homenagem às
operárias grevistas de uma fábrica têxtil na cidade de Nova Iorque, as quais
reivindicavam carga horária de 10 horas de trabalho, das 16 trabalhadas. Nessa
ocupação, a fábrica foi fechada e 130 grevistas teriam morrido carbonizadas no
ano de 1857.
Temos outras datas
significativas pleiteadas pelas mulheres, por exemplo, em 1691, mulheres do
estado de Massachussetts também fizeram suas reivindicações por direitos
iguais, como o voto, inobstante, em 1789, venham a perdê-lo.
Em 1788, o político, filósofo e
revolucionário francês Jean Antoine Nicolas de Caritat, marquês de Condorcet,
reclamou para as mulheres os direitos à educação e participação na vida
política, além do acesso ao emprego. Quatro anos depois, em 1792, no Reino
Unido, a feminista inglesa Mary Wollstonecraft publicou um texto a respeito das
desigualdades femininas: “Direito das Mulheres, injustiças dos Homens”.
Poderíamos citar inúmeros
artigos pela luta das mulheres e sua pressão espalhada pelo mundo reivindicando
direitos e liberdade. O Dia Internacional da Mulher, em 8 de março e em todos
outros dias, deveu-se, como comprovou a história, ao fato das desigualdades
femininas em relação aos homens, que se julgavam superiores, seja no setor
político, direito de votar, empregos e salários.
No ano de 1840, nos Estados
Unidos, Lucretia Mott lança os alicerces da Equal Rights Association, igualmente
pleiteando direitos iguais para mulheres e negros.
Na América do Sul, Brasil e
Argentina se movimentaram no combate às desigualdades contra as mulheres, posto
que, através dos séculos, as mulheres eram vistas como um ser inferior,
consideradas mera reprodutoras pelos maridos para lhes permitirem somente o
prazer. Porém, com a evolução dos tempos e denúncias, a igualdade foi em parte
alcançada.
Em 1908, operárias americanas
de Nova Iorque, que trabalhavam na fábrica de camisas Triangle Shirtwaist,
também reivindicaram seus direitos e redução de carga horária.
Três anos depois, em 1911,
cerca de 145 trabalhadores (mulheres em sua maioria) morreram num incêndio
ocorrido numa fábrica de tecidos novaiorquina.
No ano de 8 de março de 1917,
após o fim da Primeira Guerra Mundial, 90 operárias russas promoveram um
protesto por melhorias de trabalho e contra as ações do Czar Nicolau II, que
ficou conhecido como Pão e Paz.
Na II Conferência Internacional
de Mulheres Socialistas, ocorrida na Dinamarca em 1910, Clara Zetkin, marxista
alemã, propôs a criação de um dia para as mulheres, levando em consideração o
evento russo de 8 de março de 1917. Porém, somente em 1975, a ONU instituiu o 8
de março como o Dia Internacional da Mulher.
Ilustres mulheres feministas se
posicionaram a favor dos direitos e igualdades das mulheres, como a já
citada escritora, filósofa e defensora dos diretos das mulheres Mary
Wollstonecraft; a escritora francesa Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de
Beauvoir, mais conhecida como Simone de Beauvoir; as brasileiras Maria
Guilhermina Loureiro de Andrade, educadora e intelectual, a feminista,
escritora e abolicionista Nísia Floresta, a cientista Bertha Lutz e a ativista
Maria da Penha Maia Fernandes, que deu nome à Lei 1.340/06 – Lei Maria da
Penha, que veio proteger as mulheres contra qualquer tipo de violência, física,
moral, patrimonial e psicológica contra ela.
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