Nélida
A morte de Nélida
Piñón é para mim um golpe pessoal, tão estreita era a nossa amizade e tão
profunda a admiração que lhe tinha. A conheci quando ainda estreávamos, eu
tentando conciliar vocação e destino e ela com os passos largos que a fizeram
rapidamente uma das maiores romancistas da língua portuguesa.
Não é preciso fazer
um apanhado de sua obra colossal. Baste lembrar os reconhecimentos com nomes
que dizem tudo: Juan Rulfo, Rosalía de Castro e Cervantes; ou que ganhou o
maior prêmio da literatura espanhola. Sua obra expande-se do romance à memória,
do conto ao ensaio, mas mantém-se vinculada a sua natureza de quase-migrante
que a manteve brasileira, mas não a desfez galega, e ao seu profundo amor pela
literatura.
Convivemos tantos
anos… Sempre encarou a vida de frente, com suas circunstâncias, para citar
Ortega y Gasset, sempre tirando delas as lições que sabiamente nos passava em
sua obra.
Despedimo-nos dela,
Marly e eu, com profunda tristeza, sabendo que deixa um imenso vazio na
literatura hispano-americana — seu espaço era maior que o da literatura
brasileira —, na Academia Brasileira de Letras e no nosso território afetivo.
Saudade imensa!
Portal da ABL,
19/12/2022
https://www.academia.org.br/artigos/nelida
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José Sarney - Sexto ocupante da Cadeira nº 38 da ABL, eleito
em 17 de julho de 1980, na sucessão de José Américo de Almeida e recebido em 6
de novembro de 1980 pelo Acadêmico Josué Montello. Recebeu os Acadêmicos Marcos
Vinicios Vilaça e Affonso Arinos de Mello Franco.
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