Raquel
Cyro de Mattos
É uma criatura afável, que sorri com prazer quando o assunto
é literatura, em especial poesia. Comunicadora social de mão cheia. Integra o
corpo de membros efetivos da Academia de Letras de Itabuna, na qual ocupa a
cadeira 25, cuja patrona é Elvira Foepel.
Com os seus gestos atenciosos e ao mesmo tempo vibrantes, a entidade
ganha brilho, reveste-se com generosos cantos, cores suaves. Trescala bem-estar
por entre os seus pares.
Ficamos seduzidos com o que ela faz pela Academia.
Disponibilidade anímica, muitas vezes com sacrifício pessoal, está sempre de
prontidão pelo bom fazer da Academia de Letras de Itabuna. Emerge dela com uma
candura que impressiona a todos que recebem sua presteza.
Exerce a profissão de psicanalista, é querida
pelos pacientes, que muito agradecem seus cuidados e acertos para afugentar os
bichos temerários da alma. Eles fogem com as maneiras competentes de Raquel, os
ramos de luz que se entreabrem dos fundos de sua alma e molham de alento os que
vão em busca de seu auxílio.
Sua casa está sempre iluminada,
ventilada, juntamente com o maridão Wald e às filhas Mel e Lunna, duas
pérolas. O convívio ameno dos quatros
demonstra que o sentimento mais forte que temos só pode ser o amor,
principalmente quando se propaga entre o homem e a mulher por anos lavados de
entendimento, sem medos.
Conheci Raquel quando era presidente da Fundação Itabunense
de Cultura e Cidadania. Certa vez, ao adentrar em meu gabinete encontrei em
cima da mesa um DVD, a secretária disse-me que foi uma moça que havia deixado
para que eu quando pudesse e quisesse fosse assistir o documentário que ela
fez. Foi o que fiz em casa. Era um documentário sobre a Amazônia,
dirigido por Raquel, que demonstrava com as tomadas de cena um talento e
sensibilidade marcantes, de cineasta que sabe das coisas. Assim nasceu nossa admiração e amizade.
Indiquei mais tarde Raquel para que dirigisse um documentário sobre Itabuna, para constar da programação do centenário da cidade. Foi outra maravilha que ela realizou para ser exibida na tela. Os que lotaram as dependências do teatro do Centro de Cultura Adonias Filho de Itabuna vibraram a cada lance das entrevistas tomadas com pessoas simples e significativas de uma cidade do interior, seus hábitos e falares que faziam rir, alguns comoventes. A cineasta colocava na tela com toques de humanidade capturados do cotidiano o cidadão puro e verdadeiro, advindo do bom relacionamento que se tem pela vida.
Criatura leve, leitora proveitosa da boa literatura. É isso aí o que por enquanto tenho a dizer sobre a amiga e confreira Raquel. Vocês saberão mais quando tiverem a sorte de conhecê-la de perto.
Cyro de Mattos é escritor e poeta. Premiado no Brasil,
Portugal, Itália e México. Publicado nos Estados Unidos, Dinamarca, Rússia,
Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha. Membro efetivo das Academias de
Letras da Bahia, de Ilhéus e Itabuna.
Doutor Honoris Causa da UESC.
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