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sábado, 6 de agosto de 2022

ALMAS MORTAS - Luíz Gonzaga Dias

 



Almas Mortas

Luiz Gonzaga Dias

 

Quem nunca amou, nunca sofreu. Não sabe,

 A dor que na alegria se resume.

Todo o prazer que no espírito cabe,

A tortura infernal que vem do ciúme.

 

Ao amor, na taba ou no serralho, árabe

Nem a velhice serve de tapume.

E a beleza que sem amor se acabe,

É comparada à rosa sem perfume.

 

Doce tormenta que aliena o juízo,

Metamorfoseia a vida em paraíso,

Para o infinito transportar destinos.

 

Coração sem amor – culto sem hinos!

Existência sem cor, sem vibração, perdida...

– Nunca viveu quem nunca amou na vida!

 

 

(CANÇÕES DE MINHA TERNURA)

Luiz Gonzaga Dias


* * *

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