Total de visualizações de página

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

MAESTRO CHIQUINHO – Luiz Gonzaga Dias



Maestro Chiquinho I

 


E muitas vezes o luar de prata,

Viu-o vagueando pela noite fria.

Peregrino do belo em serenata,

E madrigais a deusa da harmonia.

 

A febre do talento ensandecia,

O artista em busca da riqueza abstrata

Com a razão, a glória lhe fugia

Cedo vencido pela sorte ingrata.

 

Vinha às vezes beijar-lhe a testa em fogo,

A musa amante condoída e terna,

Escutando o maestro, a angústia, e o rogo...

 

E noites solitário a luz da lua,

Da pauta escravo na tortura eterna,

Compunha sinfonias pela rua...

 

=============





Maestro Chiquinho II


 

Pela cidade a banda desfilava,

Na vibração dos dias festivais.

Sonoro o instrumental ao sol brilhava,

Desferindo harmonias marciais.

 

Na rua, roto, olhar parado, estava,

O Maestro e autor de peças magistrais.

Indiferente ao mundo que o cercava,

Nem mesmo o glória o importava mais.

 

- E a banda parou! Sentida a mágoa,

Invadiu corações – ninguém resiste,

À comoção que arrasa os olhos d’água.

 

Na festa agora, o entusiasmo é pouco...

A banda torna a sede, muda e triste:

 - O autor do dobrado estava louco!

 

Luiz Gonzaga Dias

(IMAGENS MUTILADA)

* * * 


Nenhum comentário:

Postar um comentário