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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

POEMA EN HOMENAJE DE UN AMIGO - Juan Angel Torres Rechy



Poema en homenaje de un amigo


Juan Angel Torres Rechy

Para Sr. D. Cyro de Mattos

 

Los perros de mi barrio no descansan,

escucho sus ladridos como ayer.

Así me sucedía en Salamanca,

así tal vez también es en Brasil.

El cielo se detiene a la ventana,

llenando con su luz mi habitación.

Los pájaros se alejan a lo lejos,

llevándose en su vuelo mi mirada.

La página en blanco se ahonda,

me enseña su misterio inexplicado.

El tiempo se engrandece en mi pluma,

se ensancha mi palabra en el espacio.

Por eso me pregunto si es un sueño,

la voz que me seduce en el silencio.

Por eso me respondo con mis versos,

robados de los besos de mi musa.

Así yo me escondo en el sonido,

del verbo no escuchado todavía.

Así me reconozco en mi hermano,

presente en el instante de mi canto.

Y miro desde dentro hacia fuera,

la vida de las calles y las plazas.

Y miro desde fuera hacia dentro,

el orden del espíritu en llamas.

Y vierto en mis lágrimas la dicha,

de ser un ser humano sin dobleces.

Y callo mi secreto revelado,

perdiendo de mi vista mi tesoro.

 

Xalapa, Veracruz, México

4 de noviembre de 2020

 

Juan Angel Torres Rechy, poeta e filólogo mexicano. Doutor em Línguas Hispânicas. Lecionou na Universidade de Salamanca, Espanha. Integra o Departamento de Espanhol da Universidade de Soocho na China.

 

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Poema em homenagem a um amigo


Juan Angel Torres Rechy

Para Sr. D. Cyro de Mattos

 

Os cães do meu bairro não descansam,

escuto seus latidos como ontem.

Assim acontecia em Salamanca,

assim talvez seja como no Brasil.

O céu para frente à janela,

ocupando com sua luz o meu quarto.

Os pássaros se afastam para longe,

levando com seu voo o meu olhar.

A página em branco se faz profunda,

ensina-me seu mistério inexplicável.

O tempo se prolonga em minha caneta,

estende-se minha palavra no espaço.

Por isso me pergunto se é um sonho,

a voz que me seduz no silêncio.

Por isso me respondo com meus versos

robados dos beijos de minha musa.

Assim eu me escondo no som,

do verbo ainda não escutado.

Assim me reconheço em meu irmão,

presente no momento do meu canto.

E olho de dentro para fora,

a vida das ruas e das praças.

E olho de fora para dentro,

a ordem do espírito em chamas.

E transformo em minhas lágrimas a graça,

de ser um ser humano sem dobras.

E calo meu segredo revelado,

perdendo de vista meu tesouro.


Xalapa, Veracruz, México

4 de novembro de 2020


Tradução de Luísa Damulakis,

Especializada em tradução pela Universidade  Gama filho (RJ)

Mestra em Língua e Cultura pela UFBA.


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