Cyro de Mattos
Apesar
desses tempos difíceis que vivemos com o impiedoso coronavírus, parabenizo Itabuna,
meu berço, por mais um aniversário de sua emancipação política, em 28 de julho
de 2020, dedicando-lhe os dois poemas que transcrevo abaixo. Acredito que bons tempos voltarão,
breve.
* * *
Soneto
de Itabuna
Encontro-me no verde de teus anos,
Como sonho menino nos outeiros,
Afoitas minhas mãos de cata-vento
Desfraldando estandartes nessas ruas.
São meus todos esses frutos maduros:
Jaca, cacau, mamão, sapoti, manga.
E esta canção que trago na capanga
É o vento soprando nos quintais.
Quem me fez estilingue tão certeiro
Nos verões das caçadas ideais?
Quem nesse chão me plantou com raízes
Fundas até que me dispersem ventos
Da saudade e solidão? Ó poema!
Ó recantos! Ó águas do meu rio!
Canção de Itabuna
Uma canção de Itabuna
Nessa estrada ressoa,
A essa altura comprida,
Vem de dentro da infância,
Nesses ventos da aventura.
Pelejando nos campinhos,
Festejando nos quintais,
São meninos como sonho,
Cada um quer ser herói,
Nesses ventos da esperança.
Todos eles um rio conhece
Nos mergulhos do verão,
Nos acenos da aurora,
Que desponta radiante
Nesses ventos da ilusão.
Cyro de Mattos - escritor e poeta. Primeiro
Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz. Membro efetivo da
Academia de Letras da Bahia, Pen Clube do Brasil, Academia de Letras de Ilhéus
e Academia de Letras de Itabuna. Autor premiado no Brasil, Portugal, Itália e
México.
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