8 de julho de 2020
O quadro milagroso de Nossa Senhora de Chiquinquirá
Neste dia 8 de julho celebra-se a festividade de Nossa
Senhora de Chiquinquirá — sobretudo na Colômbia, que A tem como principal
Padroeira. A seguir matéria a respeito d´Ela, e sobre os estupendos milagres
que seu miraculoso quadro tem operado, que foi publicada na revista Catolicismo
deste mês.
Na década de 1560, o espanhol Antonio de Santana encomendou
a Alonso de Narváez, morador na pequena Villa de Tunja, uma pintura da
Santíssima Virgem para ser venerada na residência dos Padres Dominicanos em
Sutamarchán. Desse lugar os heroicos missionários partiam para todos os rincões
do novo e vasto país. Com seus incansáveis esforços para ensinar a Fé católica
aos aborígines, batizando-os a fim de torná-los dignos dos méritos alcançados
pelo divino Redentor na Cruz, os missionários transmitiam as graças fundadoras
de uma grande nação católica, com a promessa de um não menos grandioso futuro.
Era época da Conquista, cheia de adversidades, e isso fez
com que o primeiro centro fosse abandonado, deixando tudo à mercê das
intempéries. Consequentemente a tela com a imagem da Virgem se deteriorou, suas
cores desapareceram. Em 1578 esse tecido foi levado para Chiquinquirá, onde foi
deixado de lado. Maltratado a ponto de ser utilizado para secar o trigo, já não
se percebia nele a face celestial de Nossa Senhora, cercada por Santo Antônio e
Santo André.
Sabendo que a Mãe de Deus havia sido pintada naquele tecido
esmaecido, uma espanhola de nome Maria Ramos o colocou com dificuldade sobre um
altar rústico, e pôs-se a suplicar fervorosamente que a Mãe de Deus voltasse a
mostrar sua face.
No dia 26 de dezembro de 1586 a indígena Isabel atravessava
a fazenda com seu filho Miguel, de cinco anos, quando perceberam um grande
brilho, como de fogo em meio a faíscas e raios. Os habitantes do local
acorreram para apagar o “incêndio”, mas se surpreenderam pelo fato de ele não
queimar. Só deixaram o local após admirar a pintura renovada, que se
manteve brilhante por um dia inteiro. A face da imagem permaneceu restaurada
apenas parcialmente.
Movida por tal prodígio, a piedade popular foi se ampliando,
sendo recompensada por grandes milagres que não cessaram até hoje. Brotou no
local um jorro de água cristalina, e a Ordem de São Domingos decidiu construir
ali um templo, a Igreja da Renovação, para promover a veneração da tela
milagrosa. Este novo santuário foi consagrado em 1823, e seis anos depois, em
1829, a Santíssima Virgem era ali coroada Padroeira da Colômbia por ordem do
Papa Pio VII.
Do alto de seu altar privilegiado, onde sempre nos espera
acolhedora e misericordiosa, a Santíssima Virgem reina serenamente desde então
sobre todo o povo colombiano, que ali promove jubileus muito concorridos. As multidões
que visitam a milagrosa pintura ao longo dos séculos nunca saem decepcionadas:
sempre atendidas com magnanimidade.
Na sua prodigiosa renovação, a Santíssima Virgem se
manifestou em meio ao fogo e aos raios. Pode-se ver aí uma relação com o caráter
ardente e apaixonado de seu povo, que vai delineando gradualmente a sua
vocação, a sua luz primordial. O povo colombiano quer a afirmação da
verdade: “Seja a tua palavra: Sim, sim; não, não; pois o que não for isso
procede do mal” (Mt 5, 37).
Homenagem à Padroeira numa de suas festas anuais
Na contemplação amorosa de sua fisionomia, sempre fica a
pergunta: por que, apesar de permanecer intacta, a Santíssima Virgem quer
mostrar-se parcialmente restaurada? Parece haver nela uma promessa de restauração
total, uma garantia de que a nação se mostrará plenamente em um futuro
grandioso, se corresponder às graças da sua Rainha. Unido a Ela, o povo
colombiano pode escrever sua própria história, definindo com fé o seu caráter e
identidade.
Na próxima festividade de Nossa Senhora do Rosário de
Chiquinquirá, a realizar-se no dia 9 de julho, suplicar-lhe-emos com confiança
que se manifeste inteiramente à nação da qual é Rainha e Padroeira, e ponha fim
à terrível crise de fé em que vivemos.
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