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domingo, 5 de julho de 2020

AMAI O AMOR QUE NÃO É AMADO – Marília Benício dos Santos

      
   
  4 de outubro, dia de São Francisco.

            Tenho grande admiração por São Francisco. Foi a primeira imagem que entrou em minha casa. Meu pai era espírita. E, como bom espírita, coerente com suas ideias, não possuía imagens em casa. Eu, quando despertei para a minha responsabilidade de católica, achei que deveria cuidar da conversão dele. E, como protetor escolhi São Francisco, pois o meu pai se chamava Francisco. Comprei uma pequenina imagem e coloquei no meu quarto. Rezava muito pedindo a São Francisco não só por meu pai, mas também pelos meus irmãos. Mas o melhor é que procurei conhecer a vida desse santo. Ninguém ama aquilo que não conhece. Através das leituras fiquei conhecendo Francisco e me apaixonando por ele. A sua vivência de pobreza e o seu amor pelo Cristo me empolgavam. Como invejava Santa Clara por ter conhecido São Francisco, por ter sido sua seguidora! Muitas vezes penso: “como gostaria de ter um Francisco em minha vida!” Como sinto falta! Às vezes, Afonso faz-me lembrar São Francisco. Converso muito com ele. Vamos até o arpoador conversando. Fazemos verdadeiras reflexões. Cada qual conta suas experiências com o Pai. É tão bom!

            Hoje, olhando o mar, o sol e os homens que correm para gozar destas delícias, mas não se lembram de seu Autor, daquele que não se cansa de manifestar o seu amor por eles, lembro-me de São Francisco. “Amai o Amor que não é amado”. Este amor que está dentro de cada um de nós precisando apenas de nossa disposição.

            Na minha juventude, queria fazer milhões de coisas ao mesmo tempo: visitava os pobres, ensinava o catecismo, tinha reuniões e mais reuniões. Vivia sufocada e mamãe, com muita razão dizia: “Menina, você quer abarcar o mundo sozinha”.

            Hoje, quero, sim, abraçar o mundo, mas como os meus braços são pequenos, quero uni-los aos de meus irmãos e formar uma grande cadeia por onde circule o Amor e assim realizar o que São Francisco pregou: “Amai o Amor que não é amado”.


(ARCO-ÍRIS)
Marília Benício dos Santos

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