Tenho grande admiração por São
Francisco. Foi a primeira imagem que entrou em minha casa. Meu pai era
espírita. E, como bom espírita, coerente com suas ideias, não possuía imagens
em casa. Eu, quando despertei para a minha responsabilidade de católica, achei
que deveria cuidar da conversão dele. E, como protetor escolhi São Francisco,
pois o meu pai se chamava Francisco. Comprei uma pequenina imagem e coloquei no
meu quarto. Rezava muito pedindo a São Francisco não só por meu pai, mas também
pelos meus irmãos. Mas o melhor é que procurei conhecer a vida desse santo. Ninguém
ama aquilo que não conhece. Através das leituras fiquei conhecendo Francisco e
me apaixonando por ele. A sua vivência de pobreza e o seu amor pelo Cristo me
empolgavam. Como invejava Santa Clara por ter conhecido São Francisco, por ter
sido sua seguidora! Muitas vezes penso: “como gostaria de ter um Francisco em
minha vida!” Como sinto falta! Às vezes, Afonso faz-me lembrar São Francisco. Converso
muito com ele. Vamos até o arpoador conversando. Fazemos verdadeiras reflexões.
Cada qual conta suas experiências com o Pai. É tão bom!
Hoje, olhando o mar, o sol e os
homens que correm para gozar destas delícias, mas não se lembram de seu Autor,
daquele que não se cansa de manifestar o seu amor por eles, lembro-me de São
Francisco. “Amai o Amor que não é amado”. Este amor que está dentro de cada um
de nós precisando apenas de nossa disposição.
Na minha juventude, queria fazer
milhões de coisas ao mesmo tempo: visitava os pobres, ensinava o catecismo,
tinha reuniões e mais reuniões. Vivia sufocada e mamãe, com muita razão dizia: “Menina,
você quer abarcar o mundo sozinha”.
Hoje, quero, sim, abraçar o mundo,
mas como os meus braços são pequenos, quero uni-los aos de meus irmãos e formar
uma grande cadeia por onde circule o Amor e assim realizar o que São Francisco
pregou: “Amai o Amor que não é amado”.
(ARCO-ÍRIS)
Marília
Benício dos Santos
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