1 de julho de 2020
Paulo Roberto Campos
Está em voga certa pedagogia moderna, segundo a qual não se
deve mais, como antigamente, corrigir — e muito menos reprimir — os erros
cometidos pelos alunos, pois “poderia provocar traumas”.
Resultado dessa enganosa pedagogia: alunos de diferentes
etapas do ensino fundamental são considerados “analfabetos funcionais”. Eles
não entendem o texto que lêem, não sabem sequer interpretar uma única frase —
entendem palavras soltas, mas não a expressão completa. Não sabem sequer as
operações fundamentais de matemática.
Comento isso porque ontem recebi de um amigo carioca um
vídeo que, de modo bem didático e cômico, ironiza a situação em que fica o
aluno “protegido” por pessoas (às vezes até pelos pais…) que defendem a tese de
que não há uma só verdade, mas verdades diferentes (sic!), “verdades
alternativas”…, como a de que 2 + 2 são 22 (ou qualquer outro resultado).
E o professor que não aceita o resultado relativista e
corrige os erros dos alunos poderá ser acusado de “politicamente incorreto”,
extremista, fascista, por querer lhes impor “sua particular visão de mundo”. E
sob acusação de “doutrinar e radicalizar os alunos”, o professor “nazista”
poderá ser demitido do colégio.
Esse caso entre professor/aluno é apenas um exemplo. Tal
relativismo se estende a todos os campos, como o da moral. Hoje, assim como se
ensina que a verdade não é única, leciona-se que não há uma única moral, que se
pode ir mudando a moral ao longo dos tempos. Entretanto, não acreditar que a
moral é imutável é aceitar que a verdade é mutável, ou seja, mentira. E não
passa de um ignorante troglodita aquele que nela crê. Daí a consequência: a
perseguição aos “intolerantes” que ensinam logicamente que o resultado de 2 + 2
só pode ser 4.
Será que o tal do tão badalado “novo normal” dentro de uma
“Nova Ordem Mundial” — da qual tanto se fala a propósito da atual pandemia — é
aceitar como normal a ilogicidade, o absurdo e até aberrações?
A continuar assim, aonde vamos parar? Certamente, se não
reagirmos, no tribalismo indígena, por meio de uma verdadeira Revolução
Cultural, infelizmente já em curso.
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Postscriptum: Vale muito a pena assistir ao criativo vídeo
que segue — a resposta final da professora é, além de divertida, brilhante!
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