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quarta-feira, 18 de março de 2020

MALEFÍCIOS DA IGNORÂNCIA RELIGIOSA – Pe. David Francisquini

17 de março de 2020
Pupitre na sede do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, decorada pelo próprio Prof. Plinio. O leão à esquerda está lutando contra uma serpente bicéfala simbolizando o orgulho e a sensualidade, as duas molas propulsoras da Revolução. E o da direita está enfrentando uma serpente com três cabeças, em recordação das três Revoluções. Ao centro, a frase “Residuum revertetur” (O resto voltará). O ano de 1571 evoca a vitória da Cristandade em Lepanto.

Pe. David Francisquini *

Enquanto processo multissecular de destruição paulatina da civilização cristã nascida na Idade Média, a Revolução atua em todos os campos da atividade humana para corroer os fundamentos dessa civilização. Quem o afirma é o intelectual católico Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro Revolução e Contra-Revolução: “Claro está que um processo de tanta profundidade, de tal envergadura e tão longa duração não pode desenvolver-se sem abranger todos os domínios da atividade do homem, como por exemplo a cultura, a arte, as leis, os costumes e as instituições”.

Para o mestre da Contra-Revolução “Este inimigo terrível tem um nome: ele se chama Revolução. Sua causa profunda é uma explosão de orgulho e sensualidade que inspirou, não diríamos um sistema, mas toda uma cadeia de sistemas ideológicos. Da larga aceitação dada a estes no mundo inteiro, decorreram as três grandes revoluções da História do Ocidente: a Pseudo-Reforma, a Revolução Francesa e o Comunismo”.**

A causa mais profunda da baldeação ideológica de fiéis para as hostes contrárias à Igreja reside em larga medida na ignorância religiosa e doutrinária que grassa nos meios católicos. A propósito, recordo-me de que nos idos de 1960 um jornalista muito arguto, mas pouco fiel à nossa santa fé, chegou a afiançar que o Brasil não tardaria a se transformar no maior país ex-católico do mundo.

São Pio X ensina que a debilidade das almas, da qual derivam os maiores males, provém sobretudo da ignorância das coisas divinas. As obras da ignorância religiosa são a paganização da sociedade, a germinação de doutrinas contrárias à fé e a adoção de costumes hostis à nossa santa religião. Tal ignorância é o resultado da educação deficiente em matéria de moral e religião, que desde a infância prepara o homem contemporâneo para a aceitação de doutrinas errôneas. Haja vista a maldita ideologia de gênero que tenta relativizar uma das maiores obviedades existentes na natureza, a diferença entre homem e mulher.

Sabemos pelo profeta Isaías que o caminho do ímpio e seus iníquos pensamentos e obras agridem o Senhor. Deus é generoso para perdoar, mas desde que haja arrependimento e contrição, pois tão-só aí a alma encontrará a felicidade, existente apenas dentro da lei divina. Os que se afastam dela e promovem a iniquidade, seus pensamentos e caminhos não são os de Deus, cujas cogitações e vias se elevam muito acima deles. O profeta Isaías diz ainda que assim como a chuva e o orvalho caem do céu para irrigar a terra e fazer germinar a semente, a palavra de Deus produz o efeito de reconduzir o homem ao caminho do bem, fazendo frutificar nele os efeitos da virtude.

A mídia revolucionária vomita diuturnamente as mais escabrosas blasfêmias contra Deus e Nossa Senhora. O mesmo acontece com as chamadas exposições de “arte”, com filmes e programas de televisão, com escolas de sambas, com obras literárias etc. Com efeito, a presente etapa da Revolução não se limita apenas em implantar o socialismo, mas vai muito além, agindo na alma do homem com a intenção de destruir todos os valores cristãos existentes nele e na família. De onde o ódio e blasfêmia, cujo fim é o culto ao próprio demônio.

Não pensem os teimosos revolucionários que conseguirão implantar o reino satânico desejado pelo príncipe das trevas; não creiam que a implantação de leis iníquas conseguirá vencer as leis e a obra divinas, porque paira sobre a Igreja a promessa de que as portas do inferno não prevalecerão.

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* Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ).
** Cfr. Leão XIII, Encíclica “Parvenus à la Vingt-Cinquième Année”.
  

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