11 de fevereiro de 2020
No pináculo de um rochedo recoberto de abundante vegetação,
protegendo, como um guerreiro, a pequena cidade onde Nossa Senhora quis se
manifestar, ergue-se altaneiro o castelo-fortaleza de Lourdes, numa posição de
domínio sobre o verdejante vale que se estende a seus pés.
Como fundo de quadro, nos confins do horizonte, parecendo
desafiar o castelo-fortaleza, sobressaem grandiosas montanhas nevadas —
contrafortes dos Pirineus.
Em estilo românico, com grossas e altas paredes de pedra,
poucas e estreitas janelas, possante torre — na qual se localiza o donjon —,
o castelo está situado bem próximo da gruta de Massabielle, onde Nossa Senhora
apareceu a Santa Bernadette, e é certamente o símbolo mais expressivo da
vitória dos católicos contra os mouros, na França.
A primitiva fortaleza, existente no local do castelo, era
dominada por um chefe sarraceno, chamado Mirat, quando, em 778, Carlos Magno, o
invencível Imperador cristão, com seus francos a cercou e tentou conquistá-la
pela fome.
Aconteceu, entretanto, que uma águia, sobrevoando a
fortaleza, deixou cair no seu interior uma truta que acabara de pescar no lago
vizinho. Mirat mandou levar o peixe a Carlos Magno com uma mensagem, mostrando
que uma praça tão abastecida de víveres poderia resistir ainda por muito tempo.
Carlos Magno enviou, então, ao comandante mouro um de seus
embaixadores, o santo bispo de Puy, para dizer-lhe que se ele, Mirat, julgava
rebaixar-se capitulando nas mãos do mais ilustre dos homens — o chefe dos
francos poderia, sem nenhuma vergonha, render-se à Virgem, Nossa Senhora de
Puy-en-Velay.
Mirat, tendo aceitado a proposta, rendeu-se e pediu o
batismo, recebendo o nome de Lorus (de onde o nome de Lourdes), e conduziu seus
guerreiros em peregrinação ao rochedo de Puy-en-Velay, para venerar a imagem da
Santíssima Virgem.
Ainda hoje, as armas da cidade de Lourdes [foto acima]
trazem três torres sobre as quais plana uma águia, tendo no bico uma truta. E
uma escarpa do rochedo conservou o nome de “Rochedo da Águia”.
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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 525, Setembro/1994.
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