29
de agosto de 2019
Luis Dufaur
No dia 16 de julho de 2015, por
iniciativa do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, palestraram
no Club Homs da capital paulista o Prof. Luiz Carlos Molion [foto acima]
e o autor deste artigo.
O Prof. Molion é meteorologista,
pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e
pós-doutor em Hidrologia de Florestas. Ele assestou o foco nos aspectos
científicos da Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.
Suas observações continuam mais atuais
do que nunca. Não somente os fenômenos climáticos e ecológicos em pauta
continuam os mesmos pois se estendem com grande durabilidade no tempo.
Mas a agitação ideológica
“verde” cresceu em insuspeitadas proporções.
Criou-se também um coro de
vozes, aliás muitas anticristãs, que sintoniza com
o Sínodo Pan-amazônico que se desenvolverá em Roma no próximo mês de
outubro.
E o cerne das
conclusões desse Sínodo já está inscrito com antecedência na referida
encíclica.
O professor Molion observou múltiplas
impropriedades, do ponto de vista da ciência, contidas nessa Encíclica,
pois adota hipóteses controvertidas ou falsas como se fossem
resultantes de um consenso entre os especialistas.
Também sublinhou que o termo “consenso”
jamais pode ser usado na ciência. Ele é aplicável na política e em seus
conchavos. A ciência é questionadora por natureza.
O Prof. Molion explicou que a análise
dos dados dos últimos 420 mil anos registra sucessivas eras glaciais com cerca
de 100 mil anos de duração cada uma, interrompidas por períodos quentes ou
interglaciários de 10 a 12 mil anos de duração.
A última glaciação ocorreu há 130 mil
anos. Nesse período, pode-se constatar que o CO2 nunca causou alteração da
temperatura. Pelo contrário, ele acompanhou as mudanças da temperatura com um
atraso de 800 a mil anos, ou até 5 mil.
O
auditório encheu para ouvir as explicações do prof. Molion sobre a Laudato Si’
O CO2 é um seguidor e
não um condutor. O grande controlador do CO2 na atmosfera são os oceanos, que constituem 71% da superfície da Terra. Dos 510
milhões de quilômetros quadrados do Planeta, 361 milhões são cobertos pelos
oceanos.
Segundo o abalizado especialista,
vivemos hoje num período interglacial iniciado há cerca de 15 mil anos. Nos
interglaciários anteriores, a temperatura atingiu de 6º a 10º acima da atual.
Qual era a atividade
humana que aqueceu o planeta? perguntou o palestrante. Nessas épocas nem
existia o Homo Sapiens!
Esse aquecimento apenas se explica por
processos físicos naturais, independentes de qualquer presença ou atividade
humana.
A história da civilização humana
transcorreu nos últimos 10 mil anos, tendo havido quatro períodos muito mais
quentes que o atual:
·
o ótimo do Holoceno, há
8 mil anos;
·
o Minuano quente, ocorreu
3.500 anos atrás e correspondeu à civilização de Minos;
·
o Romano quente —
entre 400 a.C. a 300 d.C. — que inclui a época da vida de Cristo;
·
e o Medieval quente, entre
900 e 1250 ou 1300 d.C.
Entre 1350 e 1850, quiçá até inicio do
século XX, houve um período frio em que a temperatura média da Europa ficou 2ºC
abaixo da atual.
O interglacial em que vivemos tende ao
resfriamento. Já passamos pelo máximo de calor 6 mil anos atrás e estamos
rumando bem devagar para uma nova era glacial.
Ninguém precisa se preocupar, pois para
se chegar a 8º ou 10º abaixo do que está hoje levará cem mil anos.
De acordo com o Prof. Molion, fica
assim claro que o Papa Francisco foi muito mal assessorado na redação
da Encíclica.
Vídeo: Mitos e
fraudes falsamente científicos continuam sendo os mesmos. A prova? Veja esta
entrevista-aula de 2010 !!!
O documento papal também recolhe a
ideia de um aumento catastrófico do nível dos mares. Em 2007, o Painel
Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) previa um
aumento de 59 cm até 2100; em 2013 sua previsão saltou para 98 cm.
E o líder aquecimentista Al Gore afirma
em seu laureado trabalho que o aumento seria de 6 metros! Só que, apesar desse
salto vertiginoso, ele comprou uma mansão em Montecito, na Califórnia, pelo
valor de 9 milhões de dólares, bem junto à praia…!
O palestrante mostrou que é
impossível medir o nível do mar, pois ele não se trata de um sólido
contínuo e está exposto a mudanças determinadas por fenômenos astronômicos!
A Encíclica trata também de “eventos
extremos” de natureza climática. O que é isso? Um evento extremo é um
estado atmosférico momentâneo, não é clima! No clima, o que se
considera é a média de tudo, e não apenas um momento extremo.
“Eventos extremos”
sempre ocorreram. A pior seca do
Nordeste foi em 1877-1879. Na região metropolitana de São Paulo, segundo os
pluviômetros, a década com maiores tempestades foi de 1941 a 1950. E a pior
enchente que São Paulo já teve foi em janeiro de 1929!
Não tem nada a ver
com o aquecimento global!
O professor Molion ilustrou os pontos falhos da
Laudato Si’ do ponto de vista científico.
O Prof. Molion também desmitificou
outras frases soltas no documento que não se sabe de onde saíram, tais como o
medo de descongelamento do permafrost (terra congelada no
Ártico) e a liberação de quantidades catastróficas de gás metano por essa e
outras vias.
Também neste ponto, a Encíclica acolhe
uma mistificação sem base na ciência.
Segundo o expositor, em matéria
de efeito estufa o documento papal está totalmente equivocado e deve ser
completamente repensado em função dos conhecimentos básicos da física.
Outra questão afirmada sem fundamento é
a acidificação dos oceanos. Quanto ácido seria preciso para acidificar
os oceanos? É inimaginável.
Resumidamente, o
professor Molion voltou a sublinhar verdades básicas na matéria:
*o clima varia por
causas naturais;
· *“eventos extremos”
sempre ocorreram;
· *o CO2 não controla
o clima global e é o gás da vida; sem CO2 acabariam as plantas, os animais e os
homens;
· *sem energia,
inclusive a nuclear, os países pobres não sairão da pobreza.
O renomeado professor
concluiu que é muito preocupante o Papa defender na Encíclica uma governança
mundial para se controlar as emissões de gás.
* * *
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