Condoreirismo
Sofrendo
influência de Victor Hugo, a poesia romântica da terceira geração (Castro
Alves, Tobias Barreto) é chamada de “condoreira”. O CONDOREIRISMO
caracteriza-se pela linguagem pomposa e oratória, pelos ideais de liberdade que
prega e pelas imagens grandiosas que utiliza. O principal representante desta
poesia é Castro Alves que, além da poesia social, fez também poesia amorosa.
CASTRO ALVES
Antônio de
Castro Alves nasceu em Muritiba, BA, hoje Castro Alves, em 1847, e faleceu na Bahia
em 1871.
Em 1864,
matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Apaixonou-se pela atriz de
teatro Eugênia Câmara. Transferiu-se, em 1868, para São Paulo. Abandonado por
Eugênia Câmara, para esquecê-la, dedicou-se à caça. Um dia disparou a arma
contra o próprio pé e acabou morrendo de tétano e tuberculose.
Obras:
Espumas Flutuantes (poemas); Gonzaga ou A Revolução de Minas (teatro); A
Cachoeira de Paulo Afonso (poema).
Poemas
famosos: O Navio Negreiro – Vozes d’África – O Livro e a América.
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Poesia social
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Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
ALVES, A. de Castro – O Navio Negreiro,
em
ANTOLOGIA ESCOLAR BRASILEIRA, de
Marques Rebelo, MEC, RJ, 1967.
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Poesia amorosa
Ao
contrário dos primeiros românticos, versando sobre o amor, Castro Alves não se
esquiva, não negaceia: o amor é, nele, sensual e realizado. As relações
amorosas são apresentadas de maneira viril, saudável, objetiva. Suas mulheres
são de carne e osso e são amadas concretamente. Do poema “Boa noite”:
“Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.”
(NOVO HORIZONTE - Português Vol.II)
Izaías Branco da Silva & Braz Ogleari – Companhia
Editora Nacional
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