Sobre Mãe e Religião
Por Mônica Maria Porto
Desde pequenina, até onde minha memória alcança as inúmeras
lembranças sobre minha formação religiosa, fui criada na religião católica.
Minha mãe, mulher dedicada a Deus e à religião que
escolheu, que desde cedo também foi orientada dentro do catolicismo
por seus pais, abraçando a religião ao longo de toda sua vida; aderindo-a
com personalidade... pois personalidade era uma de suas marcas
principais. Afirmo isso com veemência, pois a conheci desde minha
concepção rsrs. - Estranho? Não! A ciência diz em suas pesquisas que
os bebês já reconhecem sua mãe a partir da convivência em seu útero, inclusive
guardando memórias. Nesse caso sei da personalidade forte da minha mãe,
principalmente nas suas escolhas. Acredito, então, que apesar dela ter herdado
de seus pais a religião deles, entre tantas outras coisas, a escolha dela pela
religião que abraçou até a sua morte, foi dela com muita crença e dedicação.
O que mais eu admirava nela, entre milhares de coisas, era
exatamente a liberdade que nos deu, em mais tarde, quando tivéssemos idade
suficiente, escolher nossa própria religião. Porém, enquanto crianças, a
religião católica, a mesma dela, tinha que ser também a nossa.
Apesar da crença irrefutável na sua religião, nunca a vi
criticar outras religiões e, muito menos, qualquer tipo de preconceito relativo
a nenhuma delas.
Criou todos os 12 filhos no catolicismo e dentro das
recomendações do mesmo: batismo, catecismo, crisma...
À proporção que fomos crescendo e ganhando conhecimento,
lendo sobre outras religiões, a maioria dos filhos continuaram na religião
católica, mas temos dentro da família tão numerosa, aqueles que aderiram à
religião espírita Kardecista. Digo assim, porque dentro da religião espírita há
várias vertentes como o candomblé, umbanda e tantas outras. Nesse momento estou
falando sobre os filhos de Mônica Leite, minha mãe, e não dos netos e bisnetos.
Esses entram mais tarde. Agora ficam de fora. Senão é história que não acaba
mais rsrs.
Falar sobre religião é difícil quando cada um defende a sua
como a certa ou a melhor...daí eu admirar o Dalai Lama, quando perguntado por
Leonardo Boff, sobre “Santidade, qual a melhor religião?" e, ele responde:
"A melhor religião é a que te aproxima de Deus, do
infinito."
"É aquela que te faz melhor."
Leonardo Boff, insiste:
"E o que me faz melhor?"
Dalai Lama:
"Aquilo que te faz mais compassivo. Aquilo que te faz
mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais
responsável, mais ético... A religião que conseguir isso de ti é a melhor..."
O que Leonardo Boff conclui:
"Não me interessa a tua religião ou mesmo se tens ou
não uma. O que realmente importa é a tua conduta perante o teu semelhante, teu
trabalho, tua comunidade, perante o mundo... Para muitos, ser feliz não é
questão de destino, é questão de escolha. Pense nisso."
Concluo eu desse diálogo entre Leonardo Boff e Dalai Lama, é
que minha mãe, apesar de nos ter dado uma religião da sua escolha, também nos
deu a liberdade de fazermos nossas próprias escolhas na vida, através dos
princípios éticos e morais que ela tão bem soube passar, sem sequer ter
conhecido Dalai Lama. Mas seu conhecimento veio através da sua filosofia
de vida em proporcionar a seus 12 filhos, que através dela formam também
seus descendentes dentro dos mesmos princípios morais que formaram nosso
caráter. Caráter que ninguém destrói.
É isso: Concordo com Dalai Lama:
"A melhor religião é a que te aproxima de Deus, do
infinito."
E vou concordar eternamente com mamãe:
Crie seu filho dentro de uma religião que seja a sua. Você
está fazendo a sua parte. Mas dê a ele a liberdade de pensar, refletir sobre a
mesma de forma crítica, para através dessa reflexão ter a sua própria religião,
fazendo suas próprias escolhas, aquela que o faz mais sensível quando em
empatia com o outro e sem preconceitos.
Hoje, 02 de outubro de 2019
Em Itabuna/Ba.
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MÔNICA MARIA
Alegre, extrovertida, colorida.
Amante da natureza,
principalmente dos animais,
plantas e
flores.
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Um belo texto para reflexão. Parabéns!!!Mônica.
ResponderExcluirParabéns Mônica pela suas belas palavras e é Belo conselho para as jovens mamãe
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