"O que esperar de nós?
por Alexandre Garcia
08/10/2019
Reunião ministerial do presidente Jair Bolsonaro.| Foto:
Alan Santos / PR
Está acontecendo tudo ao contrário do que prediziam os
arautos do caos. Segundo eles, abandonaríamos a democracia, a voz das minorias,
seriam perseguidos os negros, os homossexuais, os opositores. Por ironia, essas
cassandras foram justamente os agentes do caos do desemprego, da corrupção, dos
desvios, da decadência moral, das cotas racistas, da desigualdade por
preferências sexuais, dos direitos dos bandidos, da entrega do poder a uma
ideologia totalitária e internacional.
A realidade está provando que era apenas mentira, propaganda
enganosa, autoajuda para conviver com a derrota nas urnas, mecanismo freudiano
de compensação para a culpa de ter sido parte da demolição de valores nacionais.
Fazia tempo que um presidente não abria mão dos poderes que
lhe foram conferidos pelas urnas. Em troca de votos no Congresso, entregavam
partes do executivo a partidos bem acomodados no Legislativo. Entregavam
estatais, bancos públicos e ministérios a partidos políticos, para que
enchessem as burras e os bolsos. Encolhia-se o chefe do Executivo ante a
barganha da cessão de cargos por votos no painel eletrônico dos plenários.
Agora, impõe-se a divisão democrática de poderes. O
Presidente não se mete no Legislativo - e não permite que o Legislativo e os
partidos que operam na Câmara e no Senado, se metam na Petrobrás, nos Correios,
na Caixa Econômica, no BNDES, no Banco do Brasil, nos ministérios, nas
autarquias. O segundo artigo da Constituição, que trata dos poderes
“independentes e harmônicos” é posto em prática. Democracia na prática, não
apenas no discurso da demagogia.
E não encolhe os poderes que lhe atribuíram quase 58 milhões
de eleitores. Diante das corporações públicas sob seu comando legal, exercita o
comando, da base à ponta. Todos os gestos presidenciais são avisos aos que
pretendem testar a autoridade. Com o tempo chegará a ordem, impondo-se à
bagunça de casa-de-mãe-joana que vigorava. E com a ordem, por consequência,
virá o progresso. Passou o tempo da mentira, das promessas vãs. Aos pedintes
por modificações, a resposta de boa-vontade chega com ressalva, quando dependa
do Legislativo. A verdade vos libertará.
O fim dos favores com dinheiro público conteve invasões de
terras e manifestações de arruaceiros. O fim do aparelhamento já resulta em
recordes de produção de petróleo e gás; já resulta em superávit em fundos de
previdência que se reerguem do domínio ideológico. O fim da cessão onerosa de
ministérios resulta em gratas surpresas com ministros ativos e produtivos.
Vamos ficando iguais. Sem diferenças pela cor da pele,
ideologia, preferência sexual, partido político. Não será trabalho para apenas
um ano desenterrar um país atolado por décadas de uso indevido do estado, mas
não é época, certamente, de esperar pelo governo. É tempo de perguntar o que o
Brasil pode esperar de cada um de nós."
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