Chocolate Quente
Oscar Benício dos Santos
Noite triste, úmida, frígida,
solitário, sozinho na fazenda
sem o calor d’uma parte pudenda;
noite interminável, fria, indormida.
Noite pelo notívago vivida,
que é pro boêmio viandada senda,
para mim, é solidão e vivenda
d’uma criatura só e esquecida.
Noite que abriga sonhos e sombra,
que me fascina, mas também assombra,
torna-se em mim mais fria, triste, inclemente,
sem um abraço ou afago duma mão,
por pessoa chegada ao meu coração.
Resta-me só – um chocolate quente!
Oscar Benício dos Santos
*08/12/1926 - +18/02/2019
Faz. Guanabara,
Junho de 2010.
* * *
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