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sábado, 24 de agosto de 2019

ITABUNA CENTENÁRIA UM POEMA: Fim - Bráulio de Abreu


FIM

(Para minha musa morta)


Tu partiste e eu fiquei sofrendo a vida,
Pois nosso amor morreu. A desventura
Tomou conta de mim, alma possuída
Pela desesperança que amargura.

Nosso amor foi manhã, quando nascida,
E hoje, que se acabou, é noite escura,
Ave que tomba pela dor ferida,
Sonho que não é berço: é sepultura.

Nosso amor floresceu em campo aberto...
Hoje, sem mais florir, lembra um deserto
Que de lembranças imortais se junca.

Tudo acabou, depois de tantos anos.
Resta, além de silêncio e desenganos,
Minha saudade que não morre, nunca.


Bráulio de Abreu 
Fundador da Revista Samba, o poeta e alfaiate Bráulio de Abreu dialogou com os literatos da Academia dos Rebeldes – que reunia figuras como Jorge Amado e Sosígenes Costa – e juntos movimentavam a vida cultural e literária baiana. Lançou uma de suas obras poéticas em 1996: Alma Profana.

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