ULTRARROMANTISMO
Por
influência do poeta inglês Byron e de outros poetas e filósofos, o mundo das
artes e das ideias foi invadido pelo pessimismo, pelo tédio, pela ideia da
morte. Na Europa, o suicídio matava quase tanto quanto a tuberculose – o “mal
do século”. Por este motivo, o pessimismo, a mórbida obsessão pela morte também
recebeu o nome de “mal do século”. É a fase do ultrarromantismo.
Observe:
Se eu morresse amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
AZEVEDO, Álvares de – em ANTOLOGIA
ESCOLAR BRASILEIRA, de Marques Rebelo –
MEC, RJ 1967.
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ÁLVARES DE AZEVEDO
Manuel
Antonio Álvares de Azevedo nasceu em 1831 e, antes de completar 21 anos, morreu
de tuberculose.
Adolescente dilacerado por seus conflitos íntimos, representa a
experiência humana e literária mais dramática do nosso Romantismo. Sua obra
poética gira em torno de morte, do amor impotente do tédio. Ensaiou também a
prosa com os contos de “NOITE NA TAVERNA”, onde mostra sofrer forte influência
de Byron, romântico inglês, e de Musset, romântico francês. São contos de uma
imaginação exaltada e perversa, povoada de bêbados, prostitutas, jogadores e
viciados, a viverem uma noite na taverna, não como figuras reais, e sim, como
figuras de um opressivo pesadelo.
Em “Lira
dos Vinte Anos”, o problema da morte se apresenta com frequência. O poeta
antevê sua própria morte e diante dela experimenta uma dupla emoção – a emoção
de perder as coisas queridas e a emoção de ganhar uma tranquilidade que a
existência não lhe proporciona.
(NOVO HORIZONTE – Português Vol. II Literatura – Linguagem –
Redação.
Izaías Branco da Silva & Braz Ogleari)
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