Amélia Amado era uma mulher querida e admirada pela
sociedade ilheense e itabunense. Torna-se uma figura proeminente no espaço
público, estando seu nome listado como sócia benemérita de várias entidades
itabunenses. Como base do seu plano firmado nos princípios da educação
familiar, tomando-se um dos grandes ícones da educação regional. Assim é que
revendo o dossiê do seu arquivo, extraio algumas palavras que poderiam
envaidecer a mulher modesta que ela foi, mas que aí estão para nos orgulhar
profundamente.
D. Amélia nasceu em 15 de julho de 1903, em Ilhéus-Ba,
descendente de tradicional família ilheense, "os Berberts", filha de
Manoel Misael da Silva Tavares e de D. Eufrosina Berbert Tavares. Faleceu em 27
de agosto de 1983, aos 80 anos de idade, em Itabuna. Passou toda a infância e
adolescência na cidade de Ilhéus. Jovem irrequieta muito religiosa, Amélia
Amado chegou a Itabuna no início do século 20, após ter se casado, com a idade
de 17 anos, com Gileno Amado, advogado do seu pai, e teve duas filhas: Maria
Célia e Neda Silva. O Dr. Gileno Amado já nessa época participava ativamente das
atividades políticas partidárias da jovem Itabuna.
Dedicou-se por cerca de 20 anos às atividades de esposa,
acompanhando Dr. Gileno na sua carreira política, e de mãe, dedicando-se à
criação esmerada de suas filhas. Após o casamento de Célia e Neda, suas filhas,
e estando Dr. Gileno afastado da política, resolve dedicar a herança recebida
por ocasião do falecimento do pai para as obras sociais. Em 1946 apresenta à
sociedade itabunense seu projeto de assistência social. Após o ano de 1946
realiza o seu sonho instalando solenemente a Ação Fraternal de Itabuna (AFI),
como uma instituição de ensino em 13 de julho de 1947 localizado na sua própria
residência em frente à praça Olinto Leoni. Inicialmente a instituição oferecia
cursos profissionais: datilografia, costureira e tinha um curso de
alfabetização chamado LEC (Ler, Escrever e Contar). Com o passar do tempo
aumentou a demanda e a casa que ela ofereceu (sua residência) foi deixada só
mesmo para a Ação Fraternal. E a partir de então foi morar na fazenda "Estância
Santo Antônio", adquirida por seu esposo, localizada na BR-415 entre
Ilhéus e Itabuna.
Posteriormente, foi adquirido o terreno que hoje funciona na Av. Amélia Amado, o colégio Ação Fraternal de Itabuna-AFI. Iniciando a
construção em 1952.
Suas obras de caráter social foram reconhecidas, inclusive
pelo Papa Pio XII, que em 1956 lhe concedeu o Grau de Comendador do Vaticano,
recebendo a comenda pelas mãos do então bispo de Ilhéus, Dom Rezende Costa, em
15 de julho de 1957, exatamente no dia do seu aniversário. Recebeu também o
título de Cidadã Itabunense, concedido pela Câmara de Vereadores de Itabuna.
Destacam-se dentre as suas obras:
A criação do Colégio Ação Fraternal, iniciada em 1947 e
concluída com a sagração da capela em 13 de julho de 1959;
A fundação da Faculdade de Filosofia em 1960;
A instalação do primário e ginásio de Jussari e da Matriz
Nossa Senhora das Candeias;
E o Teatro Estudantil de Itabuna.
D. Amélia Amado e o marido Gileno Amado foram inovadores em
reforma agrária na região cacaueira, pois costumavam indenizar e ou aposentar
seus funcionários comprando para eles pequenas roças, muito antes das leis
trabalhistas existirem. Os seus agregados eram tratados como se da família
fossem, pois eram ajudados para que pudessem viver com suas próprias rendas.
Eram mantidos ainda serviços de atendimento médico, cestas básicas e de tecido
para as famílias dos trabalhadores, bem como seguros de acidentes, escolas e
bolsas de estudo.
Esta história consagradora provinda do nosso mundo intelectual
e de uma mulher que revolucionou o seu tempo, ficará gravada no meu coração que
jamais se cansará de reverenciar a memória de AMÉLIA AMADO.
............
Antônio Baracho, Poeta Psicólogo.
Pertence a Academia Grapiúna de Letras- AGRAL e ao Clube do Poeta
Sul da Bahia.
Tel. (73) 98801-1224 / 99102-7937
E-mail: antoniobaracho@hotmail.com
* * *
Muito bom texto!!
ResponderExcluir