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domingo, 31 de março de 2019

O DOSSIÊ DE AMÉLIA TAVARES AMADO – Antonio Baracho


Amélia Amado era uma mulher querida e admirada pela sociedade ilheense e itabunense. Torna-se uma figura proeminente no espaço público, estando seu nome listado como sócia benemérita de várias entidades itabunenses. Como base do seu plano firmado nos princípios da educação familiar, tomando-se um dos grandes ícones da educação regional. Assim é que revendo o dossiê do seu arquivo, extraio algumas palavras que poderiam envaidecer a mulher modesta que ela foi, mas que aí estão para nos orgulhar profundamente.

D. Amélia nasceu em 15 de julho de 1903, em Ilhéus-Ba, descendente de tradicional família ilheense, "os Berberts", filha de Manoel Misael da Silva Tavares e de D. Eufrosina Berbert Tavares. Faleceu em 27 de agosto de 1983, aos 80 anos de idade, em Itabuna. Passou toda a infância e adolescência na cidade de Ilhéus. Jovem irrequieta muito religiosa, Amélia Amado chegou a Itabuna no início do século 20, após ter se casado, com a idade de 17 anos, com Gileno Amado, advogado do seu pai, e teve duas filhas: Maria Célia e Neda Silva. O Dr. Gileno Amado já nessa época participava ativamente das atividades políticas partidárias da jovem Itabuna.

Dedicou-se por cerca de 20 anos às atividades de esposa, acompanhando Dr. Gileno na sua carreira política, e de mãe, dedicando-se à criação esmerada de suas filhas. Após o casamento de Célia e Neda, suas filhas, e estando Dr. Gileno afastado da política, resolve dedicar a herança recebida por ocasião do falecimento do pai para as obras sociais. Em 1946 apresenta à sociedade itabunense seu projeto de assistência social. Após o ano de 1946 realiza o seu sonho instalando solenemente a Ação Fraternal de Itabuna (AFI), como uma instituição de ensino em 13 de julho de 1947 localizado na sua própria residência em frente à praça Olinto Leoni. Inicialmente a instituição oferecia cursos profissionais: datilografia, costureira e tinha um curso de alfabetização chamado LEC (Ler, Escrever e Contar). Com o passar do tempo aumentou a demanda e a casa que ela ofereceu (sua residência) foi deixada só mesmo para a Ação Fraternal. E a partir de então foi morar na fazenda "Estância Santo Antônio", adquirida por seu esposo, localizada na BR-415 entre Ilhéus e Itabuna.

Posteriormente, foi adquirido o terreno que hoje funciona na Av. Amélia Amado, o colégio Ação Fraternal de Itabuna-AFI. Iniciando a construção em 1952.

Suas obras de caráter social foram reconhecidas, inclusive pelo Papa Pio XII, que em 1956 lhe concedeu o Grau de Comendador do Vaticano, recebendo a comenda pelas mãos do então bispo de Ilhéus, Dom Rezende Costa, em 15 de julho de 1957, exatamente no dia do seu aniversário. Recebeu também o título de Cidadã Itabunense, concedido pela Câmara de Vereadores de Itabuna.

Destacam-se dentre as suas obras:
A criação do Colégio Ação Fraternal, iniciada em 1947 e concluída com a sagração da capela em 13 de julho de 1959;

A fundação da Faculdade de Filosofia em 1960;

A instalação do primário e ginásio de Jussari e da Matriz Nossa Senhora das Candeias;

E o Teatro Estudantil de Itabuna.

D. Amélia Amado e o marido Gileno Amado foram inovadores em reforma agrária na região cacaueira, pois costumavam indenizar e ou aposentar seus funcionários comprando para eles pequenas roças, muito antes das leis trabalhistas existirem. Os seus agregados eram tratados como se da família fossem, pois eram ajudados para que pudessem viver com suas próprias rendas. Eram mantidos ainda serviços de atendimento médico, cestas básicas e de tecido para as famílias dos trabalhadores, bem como seguros de acidentes, escolas e bolsas de estudo.

Esta história consagradora provinda do nosso mundo intelectual e de uma mulher que revolucionou o seu tempo, ficará gravada no meu coração que jamais se cansará de reverenciar a memória de AMÉLIA AMADO.
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Antônio Baracho, Poeta Psicólogo.
Pertence a Academia Grapiúna de Letras- AGRAL e ao Clube do Poeta Sul da Bahia.
Tel. (73) 98801-1224 / 99102-7937

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